Os soldados naturais do concelho de Loulé que combateram na I Guerra Mundial (1914-18), nas campanhas de França e de África, foram homenageados na passada sexta-feira, naquela que foi mais uma cerimónia evocativa da Batalha de La Lys e do Dia do Combatente.
Em frente aos Paços do Concelho, elementos do município e do Núcleo de Loulé da Liga dos Combatentes depositaram duas coroas de flores junto às lápides com os nomes dos 42 munícipes que perderam a vida no cumprimento do seu dever patriótico nessas campanhas.
Segundo descreve nota da autarquia, tratou-se de uma homenagem que marcou o 103º aniversário "de um dos momentos mais trágicos da história contemporânea portuguesa", o dia em que uma operação ofensiva do exército alemão impôs uma pesada derrota às tropas portuguesas, que culminou em várias centenas de mortos e em milhares de prisioneiros de guerra, tendo sido feito um minuto de silêncio.
O autarca Vítor Aleixo enalteceu o simbolismo da efeméride e a forma «absolutamente generosa como os portugueses deram o seu contributo para aquele conflito europeu». «Datas destas que fazem parte da História nacional devem ser perpetuadas no tempo e cada geração deve revisitá-las, deve refletir e deve repensar no significado para nós e para os que aqui virão a estar no nosso lugar», referiu.
O responsável da Câmara de Loulé, distinguido, em 2019, com a Medalha de Honra Mérito Ouro pela Liga dos Combatentes como reconhecimento pelo trabalho realizado em prol desta associação, falou das ações realizadas junto do Núcleo de Loulé, nomeadamente, a criação de um talhão no Cemitério de Loulé para os militares portugueses que tombaram em defesa de Portugal na Guerra Colonial, a colaboração na criação do Núcleo e cedência de um imóvel para a sua sede, bem como o apoio a todas as suas atividades de carácter social, através de um contrato-programa anual.
Por outro lado, em várias freguesias do concelho têm sido erigidos monumentos em homenagem aos combatentes, como é o caso da escultura da autoria de Daniel Vieira e de Renata Pawelec, inaugurada em setembro, em Alte.
No ano em que se celebra também o centenário da fundação da Liga dos Combatentes, Manuel Costeira, presidente do Núcleo de Loulé, falou dos condicionalismos da celebrações e do convívio entre os combatentes em virtude da covid-19. No entanto, considerou que esse não será impeditivo de «em união espiritual, vivermos o dia 9 de abril como sempre, honrando os nossos mortos, evocando a nossa história e apresentando os nossos anseios no apoio à saúde, no apoio social aos combatentes, aos nossos associados e às suas famílias».