Sociedade

Câmaras de Aljezur e de Odemira criticam corte «injusto» de água a pequenos consumidores

 
A Câmara de Aljezur faz saber em comunicado, que os consumidores denominados precários, que tinham autorização para consumo de água do canal do Mira, começaram a ser notificados.

Conforme explica a autarquia, a Associação de Beneficiários do Mira (ABM), informou "numa curta carta", que devido aos níveis "críticos" de água na Barragem de Santa Clara, será limitado o fornecimento de água às aéreas beneficiadas em 3.500m3 por hectare inscrito, impossibilitando o fornecimento de água para rega ou outras utilizações a titulo precário, não podendo continuar a fornecer água a estes consumidores, "que se vêm agora confrontados com um sério problema, pois muitos deles não dispõem de alternativa", sublinha o município.
 
Segundo esclarece, são centenas de pequenos consumidores nos concelhos de Aljezur e de Odemira, na maioria pequenos empresários, que estão a ser contatados, pela ABM, para lhes cortarem o acesso à água do canal do mira, "estando negócios em risco, pequenas hortas em risco, criação de animais em risco, numa situação de profunda injustiça, para quem durante anos usufruiu deste bem essencial, pagando a respetiva fatura", reclama a câmara municipal.
 
Sobre esta questão, lê-se no mesmo comunicado, que os Presidentes dos Municípios de Aljezur e de Odemira, reuniram no passado dia 31 de maio, com o Ministro do Ambiente e o Vice Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente - APA e os diretores regionais da APA do Algarve e do Alentejo, tendo os dois autarcas manifestado várias preocupações e colocado uma série de questões sobre a situação e uso da Barragem de Santa Clara, nomeadamente a garantia de soluções de abastecimento a partir de novo sistema de bombagem e do seu financiamento, a urgência de um plano de gestão e resiliência, investimentos no reforço de otimização e redução de perdas na rede de distribuição, bem como medidas de gestão de crise, "justas e equilibradas para todos os utilizadores da água de Santa Clara e não apenas para alguns".
 
Para a autarquia de Aljezur, a situação torna-se ainda mais "injusta e injustificada", quando parte substancial da água captada na Barragem de Santa Clara acaba por ser lançada ao mar em diversos pontos dos concelhos de Aljezur e Odemira, nos terminais do Canal do Mira. As duas edilidades manifestam preocupação, exigindo que seja revista esta posição e que seja encontranda uma solução, "para minimizar os efeitos da necessária poupança, sem privar ninguém dos atuais utilizadores no acesso à água com origem em Santa Clara", conclui.