Sociedade

Zoomarine vai batizar tartaruga e precisa da sua ajuda

Fotos|Zoomarine
Fotos|Zoomarine  
O Algarve Primeiro falou com Élio Vicente, biólogo do Zoomarine com vista a tentar perceber o ponto de situação da tartaruga resgatada na Meia Praia em Lagos.

 
O animal está a ser tratado no Zoomarine desde a passada quinta-feira depois do alerta de veraneantes. Rapidamente essa união de esforços permitiu o salvamento de uma tartaruga de 300 quilos que ficou presa numa armação de pesca.
 
Não sendo muito comum estes animais se aproximarem tanto da costa, Élio Vicente, esclareceu que «nadam até 1200 metros de profundidade à procura de medusas, ou as vulgarmente conhecidas alforrecas, permanecendo sempre afastadas das pessoas».
 
É comum que os pescadores as conheçam bem, já que «pelo menos uma vez por semana cruzam-se com uma ou outra tartaruga desta espécie, nessas zonas mais profundas».
 
A iniciativa de batizar a tartaruga surge como «forma de agradecimento a todos quantos se têm envolvido neste processo, desde o alerta, passando pelo salvamento e seguindo até esta fase de alimentação». Trata-se de um processo coletivo que vai ganhando expressão e que merece mais um desafio em torno desta atitude que «revela muito bem o quanto os portugueses se envolvem na causa animal», observou o biólogo.
 
Desta forma, pretende-se que, «as pessoas escolham um nome para esta tartaruga que se justifique, ou seja que mostre esta odisseia que ela passou de ter ficado presa nas redes, o salvamento e o internamento».
 
O nome para a tartaruga tem de começar pela letra “Q”, uma vez que é a letra do alfabeto que corresponde à inicial de todos os animais que nascem ou chegam ao centro de reabilitação nesta altura.
 
Os interessados em participar devem enviar um e-mail onde expliquem a escolha do nome para o endereço: porto.abrigo@zoomarine.pt ou através do Facebook.
 
O Zoomarine fará assim a escolha do nome vencedor, cujo autor(a), será convidado(a) a visitar a tartaruga,  prevendo-se que o batismo possa ocorrer dentro de uma semana ou dez dias.
 
Élio Vicente adiantou ao nosso jornal que, «neste momento não há uma previsão sobre a evolução do estado de saúde do animal».
 
 
Tendo em conta que se trata de um réptil «que tem o metabolismo mais lento, que pode vir a contrariar uma pneumonia nos próximos dias, não sabemos, mas pensamos que o processo, a correr bem, ainda poderá levar algumas semanas ou meses, dependendo da gravidade».
 
O mesmo responsável recordou que, «estamos a utilizar medicamentos que foram testados em humanos, que não são especificamente para répteis, pelo que existe sempre uma margem de incógnita nestes processos».
 
No que se refere ao apoio e envolvimento da comunidade, Élio Vicente evidenciou o crescente envolvimento das pessoas neste tipo de ações, recordando que, há 20 anos atrás, quando começou a trabalhar nesta área, «era comum as pessoas verem um animal morto à beira da praia e nada fazerem. Hoje toda a gente quer ajudar. Somos humanos, dispomos de muitas qualidades e, graças à nossa empatia, não conseguimos ver um animal em sofrimento e a lutar pela vida, por isso, rapidamente pedimos apoio e sabemos muito bem a quem ligar nestes momentos».
 
O desafio está lançado e o tempo a contar, por isso, mande as suas sugestões e envolva-se neste batismo!