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Escarlatina

A escarlatina é uma doença bastante comum, sendo que 10% das dores de garganta são na realidade casos de escarlatina.
 
É no entanto mais comum ocorrer em crianças em idade escolar, normalmente entre os 2 e os 12 anos de idade, e raramente em adultos, e a epidemia acontece geralmente nas estações frias, nomeadamente Outono e a Primavera. O período de incubação é de 1 a 4 dias.
 
Por vezes pode desencadear-se depois de uma inflamação na garganta ou após outras doenças estreptocócicas como infecções de feridas ou sepsis puerperal (febre puerperal). E em casos raros, pode desenvolver-se a partir de uma infecção da pele, também ela causada pelas bactérias estreptococos, com o nome impetigo. Nestes casos, a pessoa pode nem sentir dor de garganta.
 
Causas:
 
A escarlatina está associada a casos de amigdalites e faringites de origem estreptocócica mal curadas, sendo geralmente uma complicação de uma destas doenças. Contudo, nem todas as pessoas têm a mesma sensibilidade relativamente a esta bactéria, havendo algumas que nunca chegam a ter escarlatina, ficando-se apenas por uma infeção na garganta.
 
É de referir que, a sensibilidade de cada pessoa às toxinas produzidas e libertadas pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A (bactéria streptococcus pyogenes) é diferente. Sendo assim, a mesma bactéria pode manifestar-se de formas diferentes em duas pessoas.
 
Contágio:
 
A transmissão da escarlatina ocorre sobretudo através de fluidos expelidos pelo portador da bactéria. 
 
Assim, gotas de saliva, espirros, tosse, e até a respiração, irão provocar o contágio.
 
A transmissão também ocorre através do contacto com objectos e utensílios contaminados pela bactéria, como por exemplo talheres, pratos, copos, e até, roupa e toalhas. Assim, torna-se fundamental, sabendo-se quem se encontra contaminado, que todos os objectos e roupa utilizados por essa pessoa sejam separados, de forma a impedir o contágio.
 
Sintomas:
 
Os primeiros sinais da doença são variáveis de pessoa para pessoa, pelo que, nem sempre é evidente o diagnóstico da patologia.
 
Assim, tanto pode aparecer febre em horas, como passados alguns dias. Há até casos onde demorou até 10 dias até os sintomas se manifestarem.
 
Os sintomas irão dividir-se em dois grupos. Existem um conjunto de sinais que irão aparecer mais próximo do momento do contágio, sendo os primeiros sintomas, e há ainda um conjunto de complicações, numa fase mais avançada da doença, provocadas pelos primeiros sintomas.
 
Sintomas iniciais:
 
- febre (superior a 38,5ºC);
- dores de garganta 
- falta de apetite;
- dores musculares;
- sede;
- enjoo e vómitos;
- dificuldade em engolir.
 
Sintomas que aparecem com o evoluir da escarlatina:
 
- descamação e vermelhidão na língua (língua vermelha) e na pele;
-  Manchas de Forchheimer ou sinal de Forchheimer (Presença de pequenas manchas vermelhas, fugazes no palato mole);
- pele áspera;
- aparecimento de feridas em vários locais do corpo, nomeadamente no pescoço, zona toráxica, nos cotovelos, e também nas virilhas. Se a doença continuar a evoluir, essas feridas irão espalhar-se por todo o corpo;
- aparecimento de pontos vermelhos de pequena dimensão na parte final do céu-da-boca.
 
Característica das erupções cutâneas:
 
A erupção é o sinal mais evidente da escarlatina. Geralmente começa parecendo uma queimadura grave, que dá vontade de coçar. 
 
Normalmente aparece primeiro no pescoço e rosto, muitas vezes deixando a área afectada esbranquiçada ao redor da boca. 
 
Em seguida, espalha-se para o peito e costas, e finalmente, para o resto do corpo. Em pessoas com a pele muito escura, as estrias podem aparecer com uma cor ainda mais escura do que o resto da pele. 
 
A erupção é vermelha com textura áspera, e fica esbranquiçada sobre pressão. A erupção aparece 12 a 72 horas após a febre. Geralmente começa no peito, axilas e atrás das orelhas, mas também pode envolver a virilha. 
 
O rosto fica muitas vezes com as bochechas vermelhas e uma zona pálida muito característica ao redor da boca, conhecida como palidez perioral (palidez peribucal),  um achado clínico conhecido com o nome de “sinal de Filatov“.
 
A erupção começa a desvanecer e a descamar (tal como após um peeling) três a quatro dias após o seu início. “Nesta fase (3 a 4 dias após o seu início) começam a cair os primeiros pedaços de descamação do rosto. 
 
A descamação nas palmas das mãos e ao redor dos dedos ocorre apenas cerca de uma semana mais tarde.” Também ocorre descamação nas axilas, virilha e nas pontas dos dedos das mãos e dos pés.
 
Consequências:
 
Se a escarlatina não for tratada e curada, a doença pode evoluir para um quadro clínico que inclui hemorragias em vários locais do corpo, nomeadamente nos intestinos, estómago e baço, e ainda, integra convulsões, inflamação nos rins, infeção nos tímpanos e dores nas articulações.
 
Tratamento:
 
O tratamento para a escarlatina deve ser prescrito pelo médico e seguido de acordo com as suas orientações, pois apesar de ser relativamente simples e eficaz, requer rigor.
 
Quando a escarlatina ocorre devido a uma infecção na garganta, a febre geralmente desaparece dentro de 3 a 5 dias, e a dor de garganta passa logo depois. 
 
A infecção em si geralmente é curada com um curso de 10 dias de antibióticos, mas pode demorar algumas semanas até as amígdalas e os gânglios, quando inchados, voltarem ao normal. 
Basta apenas aplicar uma injeção intramuscular de penicilina (antibiótico natural) no paciente, e durante os 10 dias seguintes, tomar penicilina via oral. Em casos mais avançados, poderá ser necessária mais que uma injeção.
 
Vacinas
 
Não existem vacinas disponíveis para proteger a população contra a infecção causada pelas bactérias Streptococcus Pyogenes.