Família

4 dicas para lidar com os filhos do seu parceiro/a

 
A pertinência deste tema prende-se com a crescente necessidade de compreender melhor a nova realidade e os novos tipos de família.

É cada vez mais frequente e natural que, após a separação surjam as famílias reconstruídas que implicam ter de conviver com os filhos de um ou do outro membro da parceria amorosa. Há casos em que ambos os adultos têm filhos, o que pode facilitar a tarefa, mas há também muitas situações em que apenas um dos elementos é pai ou mãe.  Para qualquer uma das situações, torna-se importante aceitar a realidade e aprender a lidar com ela o melhor possível.
 
Em primeiro lugar, importa registar que, uma relação é distinta de outra, no entanto, há alicerces que podem ser utilizados sem problema em qualquer contexto, já que estão estudados pelos especialistas e são conhecidas provas da sua eficácia. Neste sentido, recomenda-se desde logo, muito amor, compreensão, respeito e disponibilidade para enfrentar o novo desafio. Depois, é necessário usar também a experiência de vida e incluir alguns pontos que apresentamos para refletir.
 
Comece por aceitar a situação. Tem as crianças, tem o parceiro e terá de assumir que se envolveu com uma família e não só com uma pessoa. Para quem é pai ou mãe, pode ser mais fácil compreender e aceitar a realidade, uma vez que está mais dentro das necessidades e exigências dos mais novos, no entanto, quem não tem filhos também saberá certamente aceitar essa situação e enfrentá-la o melhor possível sabendo que, o trabalho dos pais é sistemático, que muitas noites e saídas a dois podem ficar comprometidas e que, apesar de maravilhosas, as crianças exigem muito dos pais e cuidadores.
 
Atendendo a isso, a compreensão e o apoio são fundamentais quer para as crianças, quer para a nossa cara-metade que, em muitas situações também vai precisar de alguma paz e equilíbrio para gerir ambas as relações. No entanto, não se esqueça de estabelecer limites, pois esse será também o seu papel na relação e a melhor forma de ajudar o seu parceiro e as crianças.
 
Converse abertamente com quem ama e, em conjunto, definam a melhor forma de lidarem com as crianças, já que, só assim, será possível para ambos encontrarem o necessário equilíbrio e o respeito pelo papel e lugar de cada um.
 
Não se esqueça também de cuidar do vosso relacionamento, pois com as exigências das crianças, é muito natural que, muitas vezes, a relação fique em segundo plano. Procure encontrar espaço e tempo para que possam estar a sós e namorar, já que isso se torna fundamental para manter a relação viva e ativa. Dê ideias, façam planos em conjunto e não permitam que a rotina se instale.
 
No que se refere à sua relação com as crianças, anote estas dicas que podem abrir caminho e facilitar o processo desde o primeiro momento:
 
1. Vá passo a passo
 
A adaptação à nova estrutura familiar pode ser difícil para todos. É por isso que é necessário que o processo ocorra de forma gradual.
 
Certifique-se de que a aproximação aos filhos do seu parceiro ocorre progressivamente. Primeiro em lugares neutros e, depois, iniciando pequenos momentos de convívio antes da partilha do lar.
 
Da mesma forma, não espere que o relacionamento flua bem desde o início. Se isso acontecer, ótimo! Mas no início, é provável que o tratamento seja mais frio e distante. Isso é natural; seja paciente consigo mesmo e com eles.
 
2. Seja compreensivo
 
Por norma, a primeira reação dos filhos ao novo parceiro de um dos pais é a rejeição. Não pense que tal acontece por sua causa, uma vez que, faz parte do processo e ocorre com muitas crianças, senão com a maioria. Mostre a sua compreensão e não desista, pois, aos poucos será quebrado esse gelo e desconfiança e a relação vai ocorrer.
 
3. Construa um relacionamento
 
Tenha em mente que, as crianças também são pessoas e, tal como acontece com os adultos, a afinidade pode ser maior ou menor. No entanto, é positivo tentar encontrar pontos comuns que lhes permitam construir o seu próprio vínculo. Use a sua imaginação e procure temas de interesse sobre os quais possam conversar e anote que, quando há disponibilidade do adulto, normalmente a criança acaba por aceder , pode é demorar algum tempo.
 
4. Ocupe o seu devido lugar
 
É importante ter em mente que você não é o pai ou a mãe dessas crianças; portanto, a autoridade e as decisões finais cabem aos pais. No entanto, como parceiro/a, deve colocar-se no seu lugar, mas exigindo o respeito de todos.
 
Entenda esta conquista como um desafio que surtirá os seus efeitos no tempo. Quando os mais novos percebem que os pais estão felizes com a outra pessoa, mais facilmente também se aproximam dela. Não desista e desfrute de uma relação que, ao funcionar bem, tem tudo para se tornar maravilhosa.
 
Fátima Fernandes