Economia

AMAL vai coordenar plataforma contra portagens

O presidente da Associação de Municípios do Algarve (AMAL) aceitou hoje, durante o II Fórum Algarve/Andaluzia sobre as portagens na A22, integrar e coordenar uma plataforma regional alargada que irá construir uma estratégia para pôr fim às portagens na região.

 
A plataforma vai reunir vários setores da sociedade algarvia, autarquias, entidades públicas regionais e associações empresariais assim como a Comissão de Utentes da Via do Infante, deixando de fora "politiquices", como o presidente da AMAL, Jorge Botelho fez questão de frisar perante uma assembleia com algumas centenas de pessoas.
 
À margem do evento, Jorge Botelho disse que o primeiro passo passará por uma avaliação do impacto das portagens no Algarve para que depois os participantes possam encontrar um "fio condutor", uma consonância a favor da suspensão imediata das portagens.
 
"Sempre fui contra as portagens", afirmou o também presidente da Câmara Municipal de Tavira, acrescentado que "ao longo dos sucessivos governos as portagens no Algarve sempre foram excluídas e depois levámos com as portagens como uma inevitabilidade".
 
O representante dos 16 presidentes de câmara algarvios frisou que "há um problema económico potencial no Algarve, há um problema de mobilidade no Algarve, estamos a perder em termos de competitividade regional e em termos económicos, os agentes políticos, sociais, culturais e económicos do Algarve veem que este assunto é fundamental e merece a defesa das populações".
 
O II Fórum Algarve/Andaluzia decorreu em Loulé, desenvolveu-se em torno do tema "Dois anos de portagens: uma PPP ruinosa para o Algarve" e contou com uma apresentação sobre a questão das portagens em Portugal proferida pelo vice-presidente da Associação Transparência e Integridade, Paulo Morais.
 
Os participantes, entre eles, vários autarcas, os deputados Cecília Honório (BE), Miguel Freitas (PS) e representantes de vários setores económicos da região e também espanhóis foram convidados a assinar e a integrar uma fase de recolha de assinaturas do "Manifesto ao Algarve", um documento onde são apresentados os argumentos pelos quais a Comissão de Utentes da Via do Infante se tem batido nos últimos cinco anos.
 
No manifesto é explicado que a Via do Infante foi construída sem o perfil de autoestrada e fora do modelo de financiamento SCUT tendo por isso dois terços do troço sido pagos com fundos comunitários.
 
"A EN 125 não constitui uma alternativa credível à Via do Infante, apresentando-se como uma das vias rodoviárias mais perigosas da Europa e cuja requalificação se encontra totalmente parada", lê-se naquele documento.