Apneia do sono

 
Segundo os mais recentes estudos, a Apneia do sono já atinge meio milhão de pessoas, facto que a faz merecer cada vez mais importância, já que interessa melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

 
A Apneia do sono provoca inicialmente mal-estar e a sensação de sonolência durante o dia em virtude do menor descanso nocturno, para além de outras complicações no tempo. 
 
Esta é a principal doença hipersónica que causa excesso de sonolência e afecta principalmente os homens com mais de 40 anos. Ainda que os trabalhos de investigação sejam recentes, a grande parte das causas da doença já são conhecidas e tratáveis. 
 
Segundo a directora da Clínica do Sono e especialista em pneumologia, Pilar Vasconcelos. a Apneia do sono "deriva de um estreitamento da faringe, que acontece durante o sono nocturno, quando há um relaxamento dos tecidos, o que provoca paragens respiratórias e impede a pessoa de dormir descansada". 
 
Principais sinais: 
 
Acordar cansado e, como consequência, adormecer com muita facilidade ao longo do dia são os primeiros sinais da doença que, pode degenerar em situações perigosas como adormecer ao volante, no local de trabalho e outros. 
 
Sintomas: 
 
Os sintomas vão sendo cada vez mais evidentes. Começam por "ressonar no chão e ouvir-se no quinto andar, urinar demasiado, ter crises de sufocação e chegam à impotência sexual", esclareceu Pilar Vasconcelos. 
 
Segundo a mesma especialista, "existe uma pre-disposição genética para a Apneia do sono, mas os fumadores e as pessoas com excesso de peso, especialmente as hipotiróidicas, estão mais expostas. Os doentes são na maioria homens de 40 anos em diante, embora as mulheres fiquem vulneráveis à doença após a menopausa". 
 
A hereditariedade é também a principal causa da insónia, que afecta sobretudo mulheres entre os 30 e os 40 anos emocionalmente instáveis, esclareceu a mesma especialista numa entrevista à Agência Lusa. 
 
Prejuízos para a saúde: 
 
A Apneia do sono é muito prejudicial à saúde, sobretudo devido à inversão do sono, ao facto de não ter horas certas para dormir, ou deitar-se sempre após a uma da madrugada, porque se interrompe o ciclo biológico e é entre a uma e as três da manhã que se produzem substâncias como a melatonina, essenciais a um sono reparador. 
 
Ao mesmo tempo, a sensação de medo após conhecer a doença pode dificultar a estadia na cama e fazer com que o doente procure alternativas para descansar onde se sinta mais seguro. 
 
Este facto contribui ainda mais para o desconforto e para a perda das melhores horas de sono que se situam entre as 22h e as 3horas da manhã. 
Trata-se da suspensão da respiração durante o sono que pode durar alguns segundos até que seja reposta a respiração normal. 
 
Estas paragens, na maior parte das vezes não são suficientes para despertar a pessoa, mas há uma alteração no padrão de sono, passando do sono profundo para um sono mais superficial. Como este sono não é repousante, as manifestações típicas são uma sensação de "noite mal passada" ao despertar, assim como fadiga e sonolência durante o dia. 
 
Factores de risco: 
 
- Pré-disposição genética; 
- Aumento de massa corporal; 
Aumento da complascência das vias aéreas superiores pelo uso de drogas 
miorrelaxantes, álcool ou sedativos 
- Aumento da circunferência do pescoço; 
-Tabagismo (activo e passivo) 
 
Diagnóstico: 
 
Para ale da sonolência diária, existem outras manifestações que merecem ser incluídas num diagnóstico, tais como: o ressonar forte com pausas respiratórias, as apneias; a dificuldade em manter a concentração e a atenção pela sonolência diurna. 
 
Ao dormir, estes pacientes têm também movimentos muito frequentes durante toda a noite associados às pausas respiratórias. 
 
O único método de diagnóstico conhecido é a polissonografia, que mede o número total de eventos de apneia mais hipopneia por hora, o índice de apneia e hipopneia (IAH). 
 
Para um evento ser considerado como obstrutivo é necessário ocorrer um aumento do esforço respiratório reflexo. 
 
Para além destes métodos, os especialistas recorrem a outros meios de diagnóstico que, na maioria das vezes, inclui a intervenção de outros especialistas como psicólogos, endocrinologista, pneumonologistas e neurologistas, sendo que o dietista assume um papel decisivo no caso da perda de peso. 
 
Tratamento: 
 
Qualquer tratamento a aplicar terá de ser prescrito pelo médico que fez o diagnóstico e adequado a cada caso. No entanto, saiba que vale a pena procurar ajuda para este problema, pois existem formas eficazes de o reduzir. 
 
Geralmente a redução do peso corporal é um ponto importante, tal como a eliminação dos comportamentos de risco: álcool, tabaco, sendo que a cirurgia também é uma alternativa possível. 
 
No nosso país, é possível receber tratamento numa consulta da patologia do sono disponibilizada, em termos privados na Clínica do Sono e em termos públicos a doença é também tratada em três hospitais de Lisboa: Pulido Valente, São José e Santa Maria. Fora de Lisboa, a apneia do sono só é tratada em Coimbra, no hospital de Covões, e no Hospital de São João do Porto. 
 
Para o efeito, o ponto de partida deverá ser a abordagem ao médico de família ou clínico assistente e proceder aos requisitos normais de marcação de consulta.