Podemos não saber disso, mas existe um conjunto de crenças familiares que nos impedem de sermos felizes.
Na posição dos especialistas da revista A Mente é Maravilhosa, trata-se das frases que os nossos familiares nos dizem desde muito pequenos e que nos vão perseguir pela vida fora. Para nos libertarmos dessas crenças precisamos, em primeiro lugar, de tomar consciência da sua existência e, seguidamente contrariá-las.
Neste artigo, vamos apresentar-lhe as 7 crenças que nos limitam a ação e a felicidade para que possa dar um novo sentido à sua vida e tornar-se numa pessoa mais livre.
Desde logo, registe estas palavras de Louis Hay: “Você é a única pessoa que pensa na sua mente. Você é o poder e a autoridade no seu mundo”.
1. Não és bom nisso, é de família. É melhor nem tentares
«Se a nossa mente fosse um pedaço de terra arável, certas crenças familiares seriam como ervas daninhas a serem removidas». É muito comum que pais, mães, avós, tios, etc. tendam a marcar as crianças desde cedo. “O meu filho é tal e qual como o pai, não tem jeito nenhum para a matemática”. A minha filha é inteligente como eu, mas nunca será igual a mim!” são exemplos de frases que as crianças ouvem desde cedo e que carregam como uma mochila às costas que as impede de tentar algo novo e diferente. Este é um erro recorrente seja dos pais, amigos e demais familiares que parecem sentir orgulho em afirmar-se perante os seus. Só na vida adulta e com uma tomada de consciência é que estes indivíduos se podem libertar desses pesos, por isso, se é pai ou mãe, não imite esses erros dos seus pais!
2. Não confies… (em mulheres, homens, amigos, etc.)
A desconfiança é uma dimensão muitas vezes transmitida de pais para filhos. Os medos e os preconceitos são como um molde que passa de uma geração para outra. Assim, entre as crenças familiares mais comuns que geralmente herdamos estão a relutância em depositar confiança nas pessoas porque – de acordo com os nossos pais – em algum momento, essas pessoas vão trair-nos.
3. A família vem sempre em primeiro lugar
Esta é uma expressão bastante recorrente e que dá lugar a todo o tipo de maus tratos. É verdade que a família é um alicerce importante para qualquer pessoa, mas nem todas são afáveis e competentes para tratar bem os seus membros. Há pessoas que precisam de se afastar dos seus familiares para poderem proteger a sua saúde mental, por isso, devemos dar provas de que a família é importante e não impor essa condição.
4. Nunca ninguém vai amar-te
Esta é uma das crenças familiares mais limitantes e a que gera mais sofrimento. Os pais, quando se zangam com os filhos ou estão chateados com alguma coisa, tendem a dizer-lhes que são tão maus que nunca ninguém vai gostar deles. Essas frases ficam arquivadas na memória e constituem um limite à felicidade e à crença de que o amor lhes será permitido. Muitas vezes, nem na idade adulta a pessoa consegue libertar-se deste trauma, por isso, esta frase jamais deve ser proferida. Para se libertar desta e de outras crenças familiares, é importante que faça uma revisão profunda, muitas vezes com o apoio de um psicólogo, para que transforme esses limites em oportunidades de vida.
5. A vida é muito difícil, aceita o mínimo!
«A vida não é um passeio ou um jogo de ludo. A vida é uma viagem cheia de imprevistos, mas não é por isso que vamos desistir sem sequer dar o primeiro passo. Assumir que há coisas que é melhor não tentar ou que o mais adequado é se contentar com o que temos não é uma boa abordagem para o nosso desenvolvimento humano».
Segundo um estudo realizado na Universidade da Califórnia a respeito de crenças racionais ou irracionais, há algo que vale a pena entender. Existem ideias que assumimos e tomamos como certas sem pensar ou refletir sobre elas. Além disso, para evitar dissonâncias cognitivas, nem admitimos que as mesmas nos contradigam.
Assim, isso explica por que razão as crenças familiares muitas vezes nos levam a ficar na zona de conforto. Desafiar o que nos foi dito envolve coragem e até confrontar muitos dos nossos esquemas mentais. No entanto, fazer isso é uma prioridade.
6. Não tens talento, não sonhes com coisas impossíveis
Muitos pais impedem os sonhos dos filhos desde muito cedo. São críticos ferozes e não permitem que os mais novos se conheçam e descubram as suas potencialidades. É como que um “cortar das asas” desde muito cedo. “Não sonhes, não construas castelos no ar, escolhe algo mais prático; um trabalho de mãos porque de cérebro és fraco!”
São muitos os adultos que, ainda hoje levam uma vida amarga e cinzenta porque os seus sonhos lhes foram vedados desde muito cedo. Cabe aos pais fazerem melhor e aos filhos a tal revisão das crenças que referimos acima.
7. Não reclames, nesta vida tens de ser forte!
“Não chores, não protestes, não reclames e esconde essa cara feia… A vida é dura e tens que aguentar!”. Esse tipo de crenças familiares que nos inocularam durante os nossos primeiros anos costumam ter consequências graves.
A obrigação de ser sempre forte e de conseguir fazer tudo é a base do nosso sofrimento psicológico. Temos o direito de ser vulneráveis, de protestar, de chorar e de lamentar o que dói. Vamos desativar esse tipo de ideias da nossa mente e ganhar felicidade, concluem os mesmos especialistas.
Fátima Fernandes
