Família

Quatro atitudes dos pais que irritam os filhos

 
É um facto que a relação entre pais e filhos tem flutuações, pois são pessoas distintas, com formas de pensar e de agir diferentes, no entanto, os especialistas alertam que há quatro atitudes dos pais que aborrecem muito os filhos e que podem ser evitadas.

Nunca é demais recordar que os progenitores, na maior parte dos casos, estão carregados de boas intenções e apenas fazem o que os seus pais também lhes fizeram e que foi dado como certo e eficaz, por isso, em vez de se culpabilizarem, os adultos devem procurar formas mais interessantes e atualizadas de educar.
 
Não há uma forma de educação perfeita, pelo que certamente existirão sempre aspetos a melhorar, o importante é que aposte num modelo de educação positiva; que tente ver o lado melhor dos seus filhos e apostar também naquilo que faz melhor. O segredo é sentir; é educar com muito diálogo, capacidade de observação e respeito.
 
Evite então cometer estes quatro erros:
 
1. Estar sempre a lembrá-los de que têm de fazer os trabalhos de casa
 
É importante que os pais abordem o assunto, mas que esperem que os filhos se organizem para realizar essa tarefa. Os pais devem perceber se o filho já tem essa autonomia e é capaz de fazer os TPC ao seu ritmo ou se, pelo contrário, ainda não é suficientemente autónomo para ter essa responsabilidade. Os filhos ficam irritados quando se organizam, quando sabem o que têm de fazer porque são proativos, e os pais estão sempre a falar-lhes no assunto.
 
Lembre-se também de recompensar os seus filhos pela sua responsabilidade, capacidade de iniciativa e esforço, já que isso servirá de pretexto para que continuem assim. Em vez de mencionar o que eles se esqueceram, sublinhe que, para a próxima vão lembrar-se no tempo devido. Anote que, a educação positiva parte do princípio de que o erro é um direito de quem aprende e que pode ser sempre corrigido, logo não se evidencia o que correu menos bem, mas sim foca-se no que se pode fazer melhor.
 
2. Reservar-lhes pouco tempo para brincar
 
As crianças precisam de um tempo diário para brincar; para darem largas à sua imaginação e para estarem simplesmente sem fazer nada. Quando os pais lhes preenchem o dia inteiro com atividades e tarefas, é natural que se aborreçam e que apresentem sinais de tristeza e de desgaste. É importante que os pais tenham em mente que, brincar é fundamental para o desenvolvimento infantil tal como estudar, cumprir regras e tarefas domésticas, por isso, em qualquer plano diário que se faça, é importante dar aos mais novos um tempo para descomprimirem, para fazerem o que mais gostam que é brincar. Assim, quando fizer a programação semanal, sente-se ao lado do seu filho e decidam juntos qual é a melhor maneira de organizar o tempo, sabendo que é importante dar resposta aos trabalhos de casa, às tarefas domésticas, à atividade desportiva e à brincadeira. Acredite que, os mais novos vão sentir-se muito importantes se os chamar para preencher esse calendário, além disso, quando as suas opiniões são tidas em linha de conta, as crianças aceitam-nas muito melhor e cumprem o que lhes é pedido sem qualquer hesitação.
 
3.Invadir-lhes a privacidade
 
A relação entre pais e filhos deve ser baseada na confiança de parte a parte, pelo que é delicada a forma como isto se aplica. Em primeiro lugar, os pais devem evitar quebrar essa confiança que é muito difícil de reconquistar, para tal, devem conversar com os filhos em vez de os espiar às escondidas. Por exemplo, se os pais observarem os comportamentos dos mais novos com alguma descrição e se mantiverem um bom diálogo, não precisam de lhes invadir o telemóvel ou o computador, pois sabem os sites que os filhos pesquisam e com quem falam nas redes. Outro aspeto importante é bater à porta antes de entrar no quarto dos mais novos, pois para além de ser boa educação, mostra respeito e dialogar a que os filhos sigam o mesmo exemplo em relação aos pais. Mais uma vez, reforçamos a importância de educar pela positiva e saber esperar que os filhos conversem e que exponham as suas dúvidas, medos e conquistas. Claro que os pais podem sempre colocar em causa o que lhes é dito, mas devem saber procurar a resposta sem melindrar os filhos. Por exemplo, para além da conversa descontraída, podem jogar em conjunto e verem o que está no computador ou no telemóvel, pedir-lhes que lhes digam qual é o melhor amigo, que brincadeiras fazem juntos, que atividades fazem na escola e daí por diante.
 
4. Ridicularizá-los em frente aos outros
 
Sem intenção de ferir ou magoar, muitos pais costumam contar alguns segredos aos seus amigos e familiares e, muitas vezes, na presença das crianças. Esse facto, pode parecer inofensivo, mas aborrece muito os filhos que acabam por sentir-se gozados e invadidos na sua privacidade. Ao mesmo tempo, também há pais que dizem aos amigos dos filhos algo que eles tenham feito na sua privacidade, situação embaraçosa para a criança que fica muito aborrecida com os seus progenitores. Não nos esqueçamos que, os pais são as figuras que as crianças mais admiram no mundo, pelo que, com esse tipo de atitude, é fácil chegar à desilusão pelos progenitores e, em alguns casos mais graves, ao ódio. Neste sentido, é de evitar todas e quaisquer manifestações de gozo, de invasão de privacidade ou algo semelhante como dizer uma alcunha que se chama em casa e daí por diante.
 
Recordamos que, a educação pela positiva centra-se no lado mais interessante da vida, da personalidade e do comportamento humano, pelo que não há espaço para tudo o que é negativo e que, de alguma forma, possa melindrar a pessoa e a relação que se estabelece.
 
Se quer viver uma parentalidade positiva, registe que, é imperioso substituir as qualidades negativas por positivas, elogiar o esforço, o empenho, o entusiasmo e a dedicação dos nossos filhos, tal como evidenciar o que se faz de melhor e transformar a crítica em experiência, ou seja, “eu ensino-te e para a próxima vais fazer melhor!”.
 
Fátima Fernandes