Sociedade

Olhão: Refer volta a encerrar passagem pedonal e mantém «braço de ferro» com população

 
Após a manifestação de sábado que teve lugar junto à passagem pedonal em Olhão e que, mobilizou populares, a autarquia e a junta de freguesia no sentido de chamar à atenção dos responsáveis pela Refer, para a «divisão da cidade ao meio» com o encerramento do acesso pedonal, a vedação voltou esta terça-feira ao local, com a presença de elementos da PSP.

 
Ao Algarve Primeiro, o presidente da junta de freguesia de Olhão, Luciano Jesus, lamentou «que se mantenha o braço de ferro entre a autarquia e a Refer, pois as pessoas são as mais prejudicadas. Se a falta de segurança tem sido sempre a orientação desta discussão, também a inflexibilidade dos responsáveis pela rede ferroviária tem marcado as conversações».
 
Nas suas declarações, Luciano Jesus recorda que, «a rede foi cortada na madrugada do passado sábado, horas antes da manifestação que estava agendada e, de facto, não havia condições de circular na área em segurança. Agora a Refer parece continuar o braço de ferro, já que voltou a encerrar a vedação sem uma palavra, sem tentar dialogar, sem nos dar a resposta à nossa proposta».
 
O autarca salienta que, «a nossa alternativa é simples, económica, segura e nada mais do que se faz noutros locais, pelo que não se vê um motivo para não manter as conversações. A nossa proposta facilita o acesso de todas as pessoas que necessitam de atravessar esta passagem pedonal. A colocação de um sinal sonoro e luminoso, e a introdução de uma cancela, são uma resposta que facilita a vida de todos quantos precisam de fazer este percurso a pé e em segurança».
 
Luciano Jesus reafirma « a Refer tem de se sentar à mesa com a Câmara, com a Junta e chegar à melhor solução. Continuamos disponíveis para dialogar e empenhados em resolver esta situação que afeta a população, onde se incluem idosos, pessoas com mobilidade reduzida e quem se faz acompanhar por carrinhos de bebé. Já dissemos que, a passagem desnivelada não constitui uma alternativa a este atalho, em condições de segurança, é a passagem que os olhanenses reivindicam».
 
Quando interrogado se vão ocorrer novos cortes na rede, o presidente da junta de freguesia de Olhão diz: « acredito que sim, pois as pessoas estão muito incomodadas com esta forma de negociação. Não basta colocar a rede para terminar com os problemas. Depois, não está correto que se corte a rede, tal como a vedação não pode evitar a negociação e o encontro de alternativas. Estou certo que, esta atitude de colocar novamente a polícia a vigiar o local, de fechar a rede e de fugir ao diálogo, acaba por suscitar mais revolta e mais perdas de razão de parte a parte».
 
Nas mesmas declarações, Luciano Jesus avançou que, «a refer já procedeu a uma queixa-crime contra desconhecidos devido ao corte da rede e, não havendo negociação, é natural que muitas outras queixas possam surgir».
 
A tradição da garra das gentes de Olhão é conhecida ao longo dos séculos, pelo que, não será de admirar que, mais apontamentos sujam depois de uma nova tentativa de vedar o acesso à linha que divide as duas avenidas centrais da cidade.