Sociedade

Covid.19:Diretora-Geral da Saúde lembra que percentagem de infeções nas escolas foi muito baixa

Dadas as dúvidas de pais e professores sobre o regresso das aulas presenciais em setembro, a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, disse esta sexta-feira que “compensou ter aberto presencialmente uma parte do ensino nas últimas semanas do último ano letivo”, pois a percentagem de pessoas infetadas em estabelecimentos de ensino foi muito pequena (a rondar os 0.2%).

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A especialista em saúde pública falava aos jornalistas na conferência de imprensa de atualização dos dados da pandemia da COVID-19, onde foi questionada sobre os ensinamentos retirados da reabertura parcial do ensino presencial no final do último ano letivo.
 
“Nós aprendemos com o final do ano letivo presencial que o risco não é zero […], mas cumpridas regras, nomeadamente da máscara, distância física, higienização […], as vantagens de frequentar o ensino superam muito o risco”, disse Graça Freitas, destacando que os poucos casos de COVID-19 que surgiram “tiveram evolução muito positiva”.
 
“Não há risco zero. Mas, se forem tomadas medidas preventivas, reduzimos o risco que existe”, frisou, destacando a necessidade de cumprir as regras por parte dos alunos e da comunidade educativa.
 
Questionada sobre os casos de COVID-19 importados de outros países, a responsável garantiu que “representam muito pouco em relação ao total de casos”.
 
Relativamente à vacinação, Graça Freitas explicou que a definição dos grupos prioritários para receber a vacina contra a COVID-19 terá em conta as caraterísticas da própria vacina.
 
“Vão ser estabelecidos os grupos prioritários para a vacinação, que são definidos por especialistas em vacinação, doenças infeciosas, farmácia e virologia, que têm em primeira linha de consideração o tipo de vacinas e as caraterísticas da vacina”, adiantou a especialista em saúde pública.
 
Graça Freitas esclareceu que é necessário ter em consideração a ficha das vacinas para saber a que grupos específicos (etários, de risco) se destinam e se há eficácias distintas para diferentes grupos etários.
 
“Quando tivermos essa informação disponível, então definiremos as prioridades”, afirmou a Diretora-Geral da Saúde, ressalvando que há dois grupos que serão sempre prioritários, nomeadamente os grupos mais vulneráveis e os cuidadores. “É muito importante que, quando se está numa pandemia, os profissionais de saúde e outros cuidadores na área da saúde e social estejam saudáveis para poderem prestar cuidados”, sublinhou. À medida que as doses forem chegando, as pessoas vão sendo vacinadas consoante os critérios de prioridade.
 
O Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, lembrou na mesma conferência de imprensa que o Conselho de Ministros autorizou a compra de 6,9 milhões de vacinas contra a COVID-19, num investimento de 20 milhões de euros. “É uma luz que se começa a avistar ao fundo do túnel”, destacou, acrescentando que é expectável que as vacinas comecem a ser distribuídas a partir do final do ano.
 
O governante adiantou que “o início do processo de distribuição corresponde a uma quantidade de cerca de 690.000 doses, deverá ocorrer a partir do final do ano, mas sempre dependendo da avaliação pela Agência Europeia do Medicamento e da autorização da vacina a nível europeu”.
 
A estratégia de vacinação, prosseguiu, será determinada pela Direção-Geral da Saúde, “num caminho gradual, que começa agora a ser percorrido”. “Até à chegada da vacina, a única de que dispomos é a prevenção, a antecipação e a preparação. É isso que continuamos a fazer com o robustecimento da resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os portugueses continuam a ser parceiros cruciais nesta estratégia. Por isso, continuamos a contar com a sua resiliência até ultrapassarmos este enorme desafio do nosso tempo”, afirmou Lacerda Sales.
 
O presidente do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, Rui Ivo, esclareceu que o processo está a ser feito “com muita antecipação” relativamente às fases de desenvolvimento das vacinas. No entanto, ressalvou, há uma grande “incerteza” em todo este processo. Adicionalmente, referiu, não se sabe se será administrada apenas uma dose a cada pessoa ou se serão necessárias mais.
 
Por outro lado, adiantou, os 6.9 milhões de vacinas dizem respeito “ao único contrato que está concluído”, mas existem outros em fase avançada. “É uma primeira disponibilidade que é feita a toda a União Europeia com uma alocação proporcional à população. Obviamente, os outros processos estão em desenvolvimento”, frisou.
 
Fonte:DGS