Família

Dicas para pais que costumam bater nos filhos

 
A vida agitada, a falta de dinheiro, os problemas entre parceiros, não podem servir, de forma alguma, de pretexto para os pais agredirem os seus filhos.

Para além de ser crime, importa ter bom senso e tentar colocar-se no lugar da criança. Muitas vezes, os pais nem se apercebem de que estão a agredir porque também já passaram por muitas agressões, chamam nomes porque já foram muito humilhados, ofendem porque também já passaram pelo mesmo. Nestes casos, o ideal será que todos se predisponham passar por uma terapia familiar.
 
O apoio psicológico ajuda a prevenir a repetição dos maus-tratos, sejam eles físicos ou verbais, pelo que é sempre aconselhável a quem já foi vítima de agressões e não quer reproduzir o mesmo modelo aos seus filhos.
 
Ao mesmo tempo, nunca é demais reforçar que, crianças vítimas de maus-tratos, vão ter sérios problemas pela vida fora, pelo que necessitam também desse correto acompanhamento, já que poderão desenvolver problemas psicológicos e uma maior probabilidade para desenvolver obesidade e doenças cardíacas.
 
É também de acrescentar que, as crianças que apanham dos pais aprendem que o mundo é regido pela lei do mais forte, e têm tudo para se transformarem em adultos que também batem nos filhos. Por essa razão, ainda mais se aconselha o acompanhamento psicológico para cortar com essa repetição de um modelo. Ao mesmo tempo, estas pessoas que sofreram agressões, serão seguramente adultos incapazes de reagir ao menor dos insultos.
 
Assim, mesmo que os seus dias sejam agitados e que se veja sem paciência, é exigido a pais e mães que mantenham a calma e que consigam compreender o lado da criança mesmo quando ela faz uma asneira. Não tenhamos ilusões de que, todas as crianças fazem disparates; uns de maior outros de menor gravidade, pelo que o importante é saber reagir nesse momento. Explicar à criança o sucedido, mostrar-lhe porque razão se trata de um disparate e como o poderá corrigir ou resolver. Seja um vaso partido, a parede riscada com tinta ou giz, um vidro partido, qualquer criança comete um erro e faz uma asneira, pelo que não podemos descambar toda a revolta do nosso dia nesse momento.
 
Uma coisa é olhar a criança nos olhos e fazê-la compreender que cometeu um erro ou que fez algo grave, outra coisa é dizer-lhe coisas horríveis que ela jamais esquecerá.
 
Habitue-se a conversar com os seus filhos, a explicar-lhes as coisas, a criar um espaço de entendimento onde lhe possa dizer que fez bem ou mal sem lhe apontar o dedo ao que é, mas sim ao que fez.
 
Sabemos que por vezes é difícil manter a calma, mas é necessário que o faça. Não grite com os seus filhos, já que isso só vai aumentar a confusão e o medo dentro de casa. Não diga aquilo de que se pode vir a arrepender mais tarde. Pare, pense, analise, mas procure mostrar à criança que ficou aborrecido/a com o que aconteceu, pois assim ela terá mais cuidado para a próxima vez e, acredite que, de forma mais calma e ponderada, será mais fácil que a criança compreenda o que se passou.
 
Tenha sempre em mente que, o objetivo central da educação é preparar os mais novos para as etapas seguintes. Será que uma criança agredida vai aprender a ser responsável no futuro? Não! Essa criança precisa de compreender o que se passou, ficar uns momentos sozinha a pensar no assunto para depois evitar repetir o mesmo erro. Se disser palavrões, tendencialmente ela irá repeti-los também e, depois não diga que não sabe onde é que ela aprendeu a falar e a comportar-se dessa maneira! Muitas vezes, os pais nem se apercebem do impacto que exercem sobre os filhos. O pai e a mãe determinam as principais reações dos filhos que os imitam naturalmente, por isso, procure ser um bom exemplo e aproveite para ser melhor pessoa também.
 
Fátima Fernandes