Os serviços de bar e refeitório nos hospitais de Faro e Portimão estiveram encerrados, esta segunda-feira, dia 31 de maio, devido à grave nacional dos funcionários afetos ao Serviço de Utilização Comum dos Hospitais - SUCH.
Em comunicado o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve refere que os salários praticados no SUCH são muito baixos, em que mais de 90% dos trabalhadores recebem o Salário Mínimo Nacional.
O sindicato salienta que os trabalhadores do SUCH estiveram na primeira linha nesta fase pandémica ao assegurarem a alimentação aos médicos, enfermeiros, demais funcionários hospitalares e doentes, incluindo as vitimas da Covid-19, além de terem assegurado outros serviços de apoio nos hospitais designadamente lavandaria, manutenção, resíduos e limpeza.
Para os sindicalistas, "os trabalhadores do SUCH são equiparados aos trabalhadores da saúde para cumprimento de deveres, mas não são equiparados aos trabalhadores da saúde para beneficiar de direitos".
Dizem que os trabalhadores viram-se confrontados neste período com regimes de 12 horas diárias, adiamento das férias, recusa de dispensa ao trabalho para assistência aos filhos, falta de pessoal e ritmos de trabalho intensos, falta de equipamentos de proteção individual e coletiva bem como falta de testes de despistagem da covid-19.
Salientam que o trabalho e o empenho dos trabalhadores do SUCH "nesta fase difícil da vida nacional não foi minimamente valorizado pela administração do SUCH nem pelo Governo, com a administração do SUCH a recusar negociar com os sindicatos aumento salariais em 2020, arrastando o processo negocial de revisão do Acordo de Empresa de 2021", lê-se no mesmo comunicado.
Face à situação, foi convocada uma greve nacional contra o arrastamento do processo negocial de revisão do Acordo de Empresa; por aumentos salariais justos e dignos; pela redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais; pela atualização do subsídio de alimentação; pela criação de um regime de diuturnidades; pelo reforço dos quadros de pessoal e contra os ritmos de trabalho intensos; pela melhoria das condições de trabalho e pela melhoria das instalações e equipamentos.