A Câmara de Portimão informou em comunicado, que já iniciou os pagamentos aos lesados do fogo florestal ao abrigo do fundo de emergência no valor de 50 mil euros, criado para apoiar os munícipes carenciados e que foram afetados pelo incêndio rural de 17 de julho passado, que fustigou a freguesia da Mexilhoeira Grande até ao dia seguinte.
Ao todo o fogo ceifou mais de 1600 hectares de mato, pasto, eucaliptos e pinheiros nos sítios do Gordeiro e da Pereira, tendo destruído o fornecimento de energia elétrica e o acesso à água, uma vez que o mesmo se faz através de furos artesianos e barragens.
Agricultores de parcos recursos, cuja atividade tem especial importância e impacto na prevenção dos incêndios rurais, foram afetados com o incêndio.
Em consequência, a Junta de Freguesia da Mexilhoeira Grande procedeu a um levantamento preliminar e provisório dos munícipes atingidos, assim como dos prejuízos e dos custos das reparações, tendo estimado a verba de 50.000 euros, pelo que já foram pagos até agora 30.000 euros.
O mesmo documento avança que o fundo de apoio monetário disponibilizado pelo Município de Portimão, "visa repor a normalidade e o acesso às condições básicas da população afetada, entre as quais o apoio na reposição de estruturas de alimentação de água nas habitações e sistemas de rega para a agricultura de subsistência, decorrendo já o pagamento das faturas apresentadas até ao momento".
O apoio que se encontra a ser concedido é de 100 por cento e está a ser distribuído mediante apresentação das respetivas faturas aos lesados que constam da listagem fornecida pela junta de freguesia local, com a identificação das vítimas e materiais/valores em causa.
O Município assinala que a medida pretende contribuir para minimizar o impacto sofrido pela população rural, "já antes carenciada e maioritariamente constituída por pessoas idosas e de parcos recursos financeiros, que vive da agricultura de subsistência, sem atividade económica aberta, o que as impede de beneficiar de quaisquer apoios, nomeadamente através da Direção-Geral da Agricultura (DGA)".
Para otimizar todo o processo, a Câmara estabeleceu uma minuta de aditamento ao protocolo de cooperação em vigor com a ASPAFLOBAL – Associação dos Produtores Florestais do Barlavento Algarvio, a quem foram disponibilizadas instalações nas imediações da área ardida, as quais funcionam desde o dia 1 de agosto como espaço de atendimento temporário, em coordenação com o Gabinete Técnico Florestal do Serviço Municipal de Proteção Civil e a Junta de Freguesia da Mexilhoeira Grande.
A mesma fonte, esclarece que foi ainda transferida para a ASPAFLOBAL uma verba até 10.000 euros para fazer face aos prejuízos comprovadamente resultantes do sinistro de 17 de julho passado, com a aquisição de equipamentos ou bens de utilização exclusiva para a atividade agroflorestal não cobertos por outros apoios.