Comportamentos

“O futuro está nas nossas mãos”

 
Desde há muitos séculos que existe muita curiosidade em saber o futuro, o que tem alimentado inúmeras crenças ao longo da história da Humanidade, no entanto, são cada vez mais as explicações para essa necessidade de recorrer ao oculto.

 
Antes de mais, é importante sublinhar que é impossível prever o futuro de alguém. Cada pessoa é produto da educação que recebeu, das suas experiências, emoções, crenças e valores. Alguém que recorre a esse tipo de metodologia para “adivinhar” o futuro, na realidade vai à procura de “uma linha de orientação” porque se sente perdida e sem a autoestima suficiente para tomar decisões.
 
Na realidade, uma pessoa com fraca autoestima fica muito mais vulnerável à opinião dos outros e, recorre com mais facilidade a esse tipo de orientação de qualquer espécie.
 
Está provado que, o trabalho psicoterapêutico é o mais eficaz para tratar os problemas psicológicos e, sabendo que, se trata de baixa autoestima, naturalmente que essa deve ser a decisão a tomar.
 
A pessoa toma consciência de si mesma, das suas limitações e potencialidades e deixa de estar dependente da opinião dos outros a seu respeito.
 
É de ter em conta que, uma pessoa que procura uma cartomante ou uma vidente, é também muito propensa a fazer o que os outros lhe dizem por que nunca sabe o que fazer quando tem duas opções pela frente. Recorre ao astrólogo ou à vidente para a ajudar a tomar uma decisão e, faz o mesmo com os seus familiares e amigos, o que lhe é prejudicial.
 
O importante deste meu apontamento é retirar a ideia de que temos de pensar pela nossa cabeça e avaliar o que é melhor para nós e, isso só com um cuidado para com a nossa vida é que podemos saber.
 
Temos de ouvir mais a nossa voz interior, os nossos sentimentos, os nossos interesses e aspirações para nos sentirmos mais estáveis e seguros. O caminho é o que está dentro de nós e não o que pode vir de fora.
 
Uma pessoa com autoestima elevada, ouve os outros, mas para manter conversa, pois faz apenas o que vai ao encontro das suas aspirações e ideologias. É isso que se pretende.
 
Em linhas gerais, quero dizer que, ninguém sabe mais do que a interpretação de astros ou de linhas da mão ou leitura de cartas. É através da comparação com o passado de outras pessoas, que são dadas essas “previsões” que se aplicam a toda na gente com as mesmas características, basta que tenham nascido no mesmo dia. Sabendo que somos todos únicos e especiais; distintos uns dos outros, qual será o valor dessas metodologias?
 
Cabe a cada um decidir o caminho que quer tomar e, até a decisão de recorrer a uma arte do oculto é de cada pessoa, mas é essencial estar informada para que saiba ao que vai e por que motivos procura esse tipo de apoio quando deveria procurar ajuda psicológica…
 
Quando nos é dada uma orientação, acabamos por ficar reféns dessas sugestões, pelo que, mesmo que não estivessem na eminência de acontecer, acabamos por lhes dar um sentido pessoal. É por isso que, “há pessoas que acertam” na nossa vida, nós seguimos o que nos propõem através das suas leituras e ficamos presos a isso.
 
É natural que, em determinadas fases de vida tenhamos dúvidas e medos, mas a solução é trabalharmos o nosso “eu” interior e não alimentar aquilo que nos surge do exterior, porque vamos à procura de algo que nos alimente e preencha quando está tudo dentro de nós, apenas precisa de ser despertado.
 
Depois, se nos dizem que vamos casar tardiamente, naturalmente que vamos fugir de todas as pessoas que nos aparecerem em idades anteriores e perdemos a oportunidade de nos conhecermos melhor e de descobrir outras pessoas.
 
Evoluímos através das experiências práticas, da nossa ação e reação face ao que nos acontece.
 
É reformulando aquilo que já fizemos que encontramos novas formas de fazer mais e melhor, pelo que não devemos sentir-nos prisioneiros da opinião dos outros a nosso respeito e, ainda menos do “futuro” que nos decretam, muito em função da fase de vida em que estamos ou que o terapeuta holístico se encontra. Não podemos colocar a nossa vida nem nas mãos do destino e, ainda menos de quem a interpreta ao pulsar do seu conhecimento e vivências pessoais.
 
Gosto que os nossos leitores pensam acerca de tudo um pouco para que melhor se possam defender. Temos um mundo cheio de estímulos e de despertares, mas temos de ser cada vez mais capazes de nos protegermos e de nos assumirmos tal como somos.
 
Precisamos de apoio, conversamos mais uns com os outros e, quando não temos essa possibilidade, procuramos um psicólogo que, é o profissional habilitado para nos ajudar a resolver os nossos problemas. Acerca do futuro, não vale a pena se preocupar com isso, pois o amanhã constrói-se sempre a seguir ao hoje e, neste tempo, é você quem decide o que vai fazer amanhã!
 
Fátima Fernandes