Foi aprovado, por unanimidade, na semana passada, em Assembleia Municipal, o “Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas” (PMAAC), que define a estratégia municipal para adaptação do território e as ações a concretizar no sentido de minimizar das alterações climáticas e adaptação aos seus efeitos.
Conforme explica o Município em comunicado, o documento define um conjunto de ações "que refletem a preocupação da autarquia" ao nível do desenvolvimento sustentável, de acordo com os seguintes setores: Agricultura, Floresta e Pescas; Biodiversidade; Energia e Indústria; Ordenamento do Território e Cidades; Recursos Hídricos; Saúde humana; Segurança de pessoas e bens e Turismo e Orla Costeira.
Integram o plano de ação, intervenções prioritárias como a reconversão de monoculturas para mosaicos de vegetação preferencialmente autóctones; a disponibilização de veículos partilhados, a criação de ciclovias e áreas pedonais; a melhoria do conforto térmico urbano; a promoção da renaturalização urbana; a implementação de caudais ecológicos; a criação de um programa de mobilidade suave e de baixo carbono direcionado para a época balnear; a implementação de caudais ecológicos; o condicionamento ao uso e ocupação da orla costeira, entre outras ações.
Refira-se que o PMAAC Faro foi coordenado e compatibilizado com o plano regional de adaptação às alterações climáticas desenvolvido pela AMAL. No documento elaborado foram identificadas vulnerabilidades e definidos objetivos estratégicos para o concelho de Faro, sublinha a autarquia.
O Presidente da Câmara, disse tratar-se de «o culminar de 10 anos de esforços para adaptar o município às alterações climáticas» com o ponto de partida em 2011, quando Faro aderiu ao pacto dos Autarcas, um acordo que abrangia 7.700 signatários e estabelecia metas concretas para 2020.
Desde então foram sendo registados diversos avanços: «em 2014, aderimos à Plataforma CDP Cities que mede a sustentabilidade das cidades, reportando indicadores demográficos, económicos e ambientais» e mais tarde, em 2015, «aderimos ao Pacto dos Autarcas para o Clima & Energia, com novas e mais ambiciosas metas e o compromisso de elaborarmos um plano de adaptação às alterações climáticas», lembrou Rogério Bacalhau.
Na verdade, o plano que agora se aprovou viu pela primeira vez a luz do dia em 2016 e, recordou o edil, «desde 2018, começámos a articulá-lo com a CIM-AMAL, que vinha então desenvolvendo um processo similar». Já em 2019 Faro subscreveu a carta dos Princípios da Mobilidade Partilhada, tendo sido a primeira cidade ibérica a fazê-lo. Neste sentido, a Câmara regista no mesmo comunicado que foram lançadas plataformas de micromobilidade partilhada, "que aos poucos vão entrando nos hábitos de transporte de centenas de farenses e de visitantes e que terão um desenvolvimento futuro importante quando a solução de bicicleta partilhada estiver também disponível".
Até lá, assegura o Presidente da Câmara, «iremos continuar a transformar as nossas infraestruturas em vias mais amigas da bicicleta e dos modos de transporte suaves, com a implementação de faixas cicláveis, ciclovias e zonas 30, de forma progressiva».