A tarefa não é fácil e exige acima de tudo, consciência do que se pretende, respeito pessoal e uma postura mais aberta para os outros e para a vida. Para facilitar a tarefa, a psicóloga em Medicina Psicossomática, Soraya Rodrigues Aragão, aponta sete conselhos que podem fazer toda a diferença num qualquer relacionamento interpessoal. Confira-os:

 

1- Autenticidade:

 

Pessoas assertivas não são dissimuladas e nem manipuladoras. Elas priorizam mais a autenticidade de si que a aceitação dos outros, existindo, portanto, uma coerência entre filosofia de vida, ações e posturas comportamentais. Outro aspecto importante é que são autoconfiantes, sabendo dizer “não” sem ferir as outras pessoas e delimitando, deste modo, o seu espaço sem sentimentos de culpa. Possuem autoconhecimento, bem como sabem "analisar" o ambiente, avaliando riscos e consequências das suas condutas, estando atentas a possíveis comportamentos disfuncionais das pessoas com as quais se relacionam.

 

2- Proatividade:

 

Ao contrário da pessoa reativa, a pessoa proativa assume as rédeas da própria vida, arcando com as consequências das suas escolhas e portanto, não se vitimizando e nem culpabilizando os outros ou a vida pelos resultados das suas ações. Pessoas assertivas, assumem uma postura de construtores do próprio destino, procurando, elaborando e focando possíveis soluções para os desafios que encontram no caminho com o propósito de aprender e progredir sempre.

 

3- Segurança e Autoconfiança:

 

Pessoas seguras e autoconfiantes evitam fazer comparações com os outros, tampouco as desvalorizam ou as subestimam, pois têm consciência de que cada pessoa é única e em constante processo de aprendizagem, com as suas qualidades e defeitos. Os assertivos acreditam nos seus potenciais e nas  suas capacidades, reunindo esforços para desenvolve-los de modo assertivo. Embora a autoconfiança esteja diretamente relacionada com a autoestima, trata-se de dois conceitos diferentes mas que se complementam.

 

4- Empatia:

 

A empatia é a capacidade, sensibilidade e habilidade não somente de se colocar no lugar do outro, mas de conectar-se e identificar-se com a condição do outro, na tentativa de avaliar, validar e compreender os seus sentimentos, vivências e emoções através das suas perspectivas e perceções, saindo do lugar-comum do próprio "eu". A empatia não pode ser confundida com a simpatia, pois a primeira trata-se de olhar o mundo com "a lente do outro", enquanto que, a simpatia seria uma perceção superficial  desta mesma condição.

 

5- Flexibilidade:

 

Ter flexibilidade não é sinal de falta de identidade ou personalidade, nem tampouco é abrir mão dos seus valores, mas sim um sinal de inteligência emocional e liderança. Todos estamos em transformação, em constante processo de devir. Neste mundo de impermanência e mutabilidade em que vivemos, “é impossível mantermos as mesmas convicções eternamente, sendo necessário desenvolvermos a tolerância e realizarmos adaptações em prol de um bem maior”.

 

6- Administração da impulsividade:

 

Todos nós apresentamos um certo nível de impulsividade. No entanto, quando esta é exacerbada ou quando o humor é muito instável, certamente que, esse posicionamento causará prejuízos na sua vida, bem como na de terceiros. Pessoas assertivas têm autoconhecimento e consequentemente habilidades para administrar as suas emoções. Como possuem inteligência emocional, sabem que a impulsividade normalmente traz consequências indesejáveis a curto ou a longo prazo. Pessoas assertivas não têm atitudes precipitadas e nem se envolvem em situações de risco, visto que possuem a capacidade de avaliar e esperar o momento certo, bem como antever os prejuízos antes de agir. “Lembre-se: reações impulsivas são normalmente seguidas de arrependimento, culpa e muitas perdas, prejuízos ou danos muitas vezes irreparáveis”.

 

7- Assumir responsabilidades:

 

Assumir responsabilidades está diretamente relacionado com a proatividade e a autenticidade, sendo um item importantíssimo quando tratamos do tema da assertividade. Pessoas assertivas não "fogem" das suas responsabilidades, são organizadas, disciplinadas, não adiam e nem delegam a terceiros os seus compromissos, visto que, “assumir uma postura responsável, é valor de honra e integridade moral”, evidenciou a mesma especialista também formada em psicologia da saúde e autora de diversos artigos.

 

Fátima Fernandes