Curiosidades

Saiba se sofre de stress pós-traumático

 
O problema é sério, acarreta muito sofrimento e precisa de ser tratado para que a pessoa possa melhorar a sua qualidade de vida.

Em primeiro lugar, é preciso assumir que se passou por uma situação traumática numa qualquer fase de vida e pedir apoio especializado. É fundamental encarar o problema de frente e querer superá-lo. Depois, importa registar que se trata de uma perturbação mental muito difícil de lidar e que, em última instância, pode conduzir ao suicídio.
 
A perturbação de stress pós-traumático (PSPT) pode desenvolver –se em resposta à exposição a um evento traumático, como os acidentes de viação, guerra, agressão sexual ou outro tipo de ameaças.
 
Segundo os especialistas nesta matéria, na maior parte dos casos, o evento, por si só, não desenvolve esta perturbação. Esta condição tem maior probabilidade de aparecer nas pessoas que experienciam ou já experienciaram traumas interpessoais, como a violação ou o abuso infantil.
 
A Perturbação de Stress Pós-Traumático caracteriza-se por pensamentos intrusivos, pesadelos ou flashbacks de um evento traumático passado, procura incessante de evitar estímulos, pessoas, situações ou atividades que despoletem memórias associadas ao evento traumático, estado constante de alerta e insónias.
 
Para que se possa efetuar um diagnóstico completo, o paciente deve apresentar os sintomas durante mais de um mês e estes devem causar sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo ao nível do funcionamento social, ocupacional ou outras áreas importantes de vida.
 
Nas crianças, este tipo de perturbação não é tão comum, contudo, podem surgir alguns sintomas mais subtis como é o caso de se lembrarem de determinadas memórias traumáticas quando estão a brincar ou a desenhar. Em alguns casos, a criança relata ao adulto o que está a sentir e este deve tentar saber mais para que a possa ajudar.
 
Os entendidos assumem a dificuldade em realizar um diagnóstico preciso de stress pós traumático, pelo que, o paciente deve colaborar o mais e o melhor possível para que possa ser ajudado.
 
No que se refere às causas, os especialistas explicam que, a perturbação de stress pós-traumático não tem uma causa genética, no entanto, existe uma maior probabilidade de ocorrer em descendentes de veteranos da I e II Guerra Mundial e em famílias com predisposição para a ansiedade e depressão.
 
Testemunhar ou vivenciar situações de morte e estar sob ameaça ou risco de vida, como, por exemplo, no caso dos acidentes, desastres naturais, crimes violentos, doenças graves, combates militares, abusos/maus tratos físicos e sexuais, assaltos ou violações, potenciam fortemente esta perturbação mental, alertam os especialistas.
 
Os sintomas intensificam-se à medida em que há uma proximidade emocional, física ou simbólica com o trauma, desencadeando o medo, estados de choque e de desespero. Estes sintomas são transversais à idade da pessoa, e podem ser vividos durante meses ou anos.
 
Quando a pessoa revive os detalhes da experiência traumática, o corpo responde com uma série de reações químicas. São alguns dos sintomas a palpitação, suores, aumento da pressão arterial, perda de apetite, dificuldade em respirar, problemas de concentração e sono, clarificam os mesmos entendidos.
 
As respostas emocionais também são fortes, a começar pela tristeza, pela raiva e pela culpa. A pessoa pode sentir-se envergonhada por não conseguir reagir, e começa a evitar situações que possam desencadear um novo episódio.
 
O individuo pode tornar-se agressivo e ter crises de medo ou pânico. Não são raros os casos em que, sem o devido tratamento, a perturbação do stress pós-traumático desencadeia um quadro de depressão e até ideações suicidas.
 
Segundo os entendidos nesta matéria, a melhor forma de prevenir danos maiores é através do aconselhamento psiquiátrico, tomar a medicação indicada pelo médico especialista e participar em sessões de psicoterapia. É também fundamental que a pessoa trate problemas associados que, em muitos casos, acompanham este quadro, como sendo a depressão e o alcoolismo.
 
Ao mesmo tempo, é imperioso que a pessoa se faça rodear por amigos ou familiares que a possam encorajar a pedir ajuda e que, possam contribuir positivamente para que se sinta mais estável e segura.
 
Ainda no âmbito da prevenção, é importante que a pessoa frequente uma atividade de lazer ou desporto que lhe dê prazer, já que esse estado de descompressão irá fazer com que se liberte e se sinta melhor.
 
Relativamente ao tratamento, os especialistas recomendam uma combinação de medicamentos com terapia psicológica, situação que tem de ser prescrita pelo médico psiquiatra e que, no tempo, surte efeitos muito positivos.
 
Para finalizar, nunca é demais evidenciar a importância de a pessoa assumir claramente que está com um problema, que precisa de ajuda e que merece ter mais qualidade de vida, por isso, se sofre desta perturbação não hesite! Ao mesmo tempo, é muito importante que conviva com pessoas que a possam apoiar, que a motivem para seguir em frente e que se mantenha afastado de quem lhe faz aumentar o mal-estar e o desconforto.
 
Fátima Fernandes