Ser feliz pode também ser uma questão de sorte, mas o segredo é trabalhar para conquistar um estado de bem-estar diário e depois beneficiar do melhor que a vida tem para dar-nos, aconselham os entendidos em bem-estar e saúde mental.
É um facto que não controlamos tudo e ainda menos prevemos o futuro ou conseguimos alterar determinadas circunstâncias. A ciência diz inclusive que, 70% dos nossos dias são controláveis e os restantes 30% resultam de imprevistos, no entanto, dentro do que nos é possível, devemos dar o nosso melhor para que nos sintamos bem, confiantes, bem-humorados, com relações positivas e equilíbrio emocional. Para isso, os entendidos nesta matéria recomendam que desenvolvamos estas 10 habilidades:
1. Organização e planeamento
Gerir os nossos dias de forma organizada e reservando um tempo para nós próprios e para o lazer, ajuda-nos a adotar uma postura mais desapegada em relação a uma só área de vida, a darmos importância a vários interesses e a valorizar as situações “de fora”, o que aumenta o nosso estado de bem-estar e felicidade.
2. Empenho no desenvolvimento pessoal
Lutar contra o conformismo é o primeiro passo para que nos desafiemos e queiramos conhecer-nos melhor. Ao mesmo tempo, essa dinâmica motiva-nos, entusiasma-nos e proporciona-nos bem-estar interior, enquanto que favorece as relações que estabelecemos com os demais.
3. Aprender a ver o lado positivo das situações
É imperioso que desenvolvamos uma capacidade de analisar as pessoas, os acontecimentos e as situações em várias perspetivas, sob pena de nos resignarmos à negatividade e a repetir sempre as mesmas coisas porque pouco aprendemos.
Quando lhe surgir um pensamento negativo, analise-o e e tente dar-lhe um novo sentido e uma nova interpretação.
4. Confie em si mesmo
Uma das grandes habilidades para uma vida feliz é a autoconfiança. Para desenvolvê-la, nada melhor do que nos transformamos nos nossos próprios melhores amigos.
É preciso deixar a autocrítica constante de lado e perdoar-nos pelos erros que cometemos ou por não conseguirmos o que desejamos. Devemos ter autocompaixão e esforçar-nos para tentar entender-nos sem julgamentos.
5. Equilíbrio entre as diferentes dimensões da vida
O trabalho é uma parte importante da vida, mas não é a vida em si. Nesse sentido, devemos dar a necessária atenção à profissão e à carreira, mas não podemos fazer de uma só atividade o centro das nossas atenções, até porque é muito importante que tenhamos boas relações familiares, que validemos o convívio, que aprendamos com outras pessoas porque, no seu conjunto, ficamos muito mais felizes, ricos enquanto pessoas, criativos e motivados.
6. Desenvolver a resiliência
Esta é uma das habilidades mais importantes para ter uma vida feliz, na medida em que, só a resiliência pode permitir-nos recuperar após uma adversidade, trauma, episódio menos positivo. Aprender com as experiências traduz refletir, analisar as situações em diferentes perspetivas, aceitar e depois reagir da melhor forma possível.
A resiliência aumenta a autoconfiança, e esta aumenta a segurança.
7. Lutar contra os hábitos
Todos nós estamos cheios de hábitos mentais, emocionais e físicos. Se aparentemente os hábitos nos facilitam e simplificam a vida, por outro, limitam-nos a ação, a procura de soluções e de alternativas, o que nos conduz ao mal-estar, à resignação e à infelicidade. Assim, devemos tentar começar pela consciência dos hábitos físicos, para depois podermos avançar para a mudança nos hábitos mentais e emocionais e, isso consegue-se aos poucos, com vontade, coragem e determinação sabendo que vamos sempre para algo melhor quando cortamos com algo que nos limita e oprime.
8. Encontrar um propósito
A vida só é interessante e agradável quando temos um propósito pelo qual lutar. Assim, torna-se imperioso que tenhamos planos, que os reformulemos e ajustemos às circunstâncias e às exigências de cada tempo, mas não podemos perder de vista aquilo que nos move e que dá sentido à nossa luta diária.
9. Praticar a bondade
A ciência afirma que, as pessoas mais bondosas são as mais felizes. Pelo contrário, as pessoas que não têm um pouco de generosidade, que não dão nada aos outros genuína e gratuitamente, são as mais amargas, infelizes e egoístas. Um equilíbrio é importante para dar o que sentimos necessidade de dar, rejeitar o que não queremos partilhar, mas sabendo que, quando oferecemos nem que seja um sorriso a um desconhecido, uma palavra amiga a alguém, sentimo-nos muito melhor e mais preenchidos e satisfeitos com a vida.
10. Construir relações saudáveis
Por ser um ser social, o ser humano necessita de estabelecer relações positivas com outras pessoas. Não podemos agradar toda a gente, nem gostamos de todos, mas devemos respeitar-nos ao mesmo tempo em que respeitamos os outros e selecionar com quem temos prazer em dar mais de nós, em partilhar momentos. Valorizar-nos traduz também reconhecer o valor dos demais, ficar feliz com o sucesso de alguém e sentir uma genuína compaixão por quem não consegue. É simples, basta libertar o que sente e permitir que pessoas boas façam parte do seu mundo e que seja capaz de aceitar que as personalidades mais difíceis também merecem fazer parte do nosso mundo, ainda que distantes de nós. Quem se rodeia de relações tóxicas, manipuladoras e interesseiras, dificilmente encontrará a paz e o bem-estar interior, por isso, assuma-se como é e procura quem lhe retribui bons sentimentos.
O processo de conquista destas habilidades requer um empenho diário, consciência e responsabilidade pessoal. Quando nos comprometemos com este desafio, mais facilmente encontramos mais momentos de bem-estar e de felicidade o que torna a vida muito mais gratificante e significativa.