Foi hoje assinado o protocolo entre o Município de Olhão e a Associação Dignitude, com vista a comparticipar a aquisição de medicamentos aos munícipes mais vulneráveis.
O abem é o primeiro programa solidário da Associação Dignitude, uma instituição particular de solidariedade social, que nasceu da parceria entre o setor social – Cáritas Portuguesa e Plataforma Saúde em Diálogo e o setor da saúde – Associação Nacional das Farmácias e Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica. A sua missão tem como objetivo criar programas solidários que melhorem a qualidade de vida e o bem-estar dos portugueses.
Presidente da Câmara de Olhão - António Miguel Pina com a diretora-executiva da Dignitude, Maria João Afonso
Os beneficiários do programa abem, são pessoas que se encontram numa situação de carência económica e que não conseguem comprar os medicamentos de que precisam. Ao beneficiário é atribuído um cartão que lhe permite aceder aos medicamentos prescritos em qualquer farmácia do País, sem burocracias e com a dignidade que cada cidadão merece.
O projeto iniciou em 2016, abrange 162 concelhos
À margem da cerimónia, Maria João Afonso, diretora-executiva da Dignitude, explicou ao Algarve Primeiro, que todas as pessoas ou famílias que sejam carenciadas, têm de se dirigir à Câmara Municipal de Olhão e solicitar esse apoio. «Com base nesse diagnóstico, aquilo que lhes vai ser dado, é um cartão abem, que permite que os beneficiários, dirigindo-se a qualquer farmácia aderente ao programa, tenham acesso a todos os medicamentos comparticipados, sem limite de "plafond", que sejam prescritos de forma gratuita pelo SNS, porque são aqueles que são essenciais à vida», referenciou.
1 em cada 10 portugueses não consegue comprar os medicamentos de que precisa
Ao nosso jornal, o vereador Ricardo Calé, também na qualidade de vice-presidente do Munícipio, avançou que a autarquia, «tem sempre 4 ou 5 pilares na nossa política local: saúde, educação, habitação e emprego, e disse a saúde em primeiro lugar não por acaso, mas porque ainda há pouco tempo recebemos a descentralização de competências na área da saúde, temos um 'pé' já dentro dos Centros de Saúde, através das USF's, e estamos a fazer um trabalho muito dedicado nessa área. Como dizia António Arnaut, o fundador do Serviço Nacional de Saúde, "as farmácias são o braço longo do SNS", porque têm uma dispersão geográfica fantástica e temos de aproveitar este poder de proximidade das farmácias, para demonstrar que nós câmara municipal, estamos também na área da saúde, muito dedicados. Como disse, e bem, o presidente do Município, António Miguel Pina, «ninguém pode ficar para trás», sabemos que com este programa, vamos abranger 150 pessoas, no entanto, temos um primeiro desafio que é contar com a adesão destas pessoas, mas se no próximo ano tivermos mais pessoas para apoiar, certamente que o nosso "plafond" de ajuda será revisto e aumentado», esclareceu
Para o arranque do projeto a autarquia aprovou um "plafond" de 30 mil euros, sendo que 20 mil deverão ser aplicados em 2023. É intenção do Município chegar aos 50 mil euros em 2024. O programa prevê que a câmara municipal tenha um valor de comparticipação fixo, em que a Dignitude pagará o remanescente da despesa com a medicação.
No Algarve, além de Olhão, o programa estende-se por outros sete concelhos, abrangendo 1.684 beneficiários, 1.082 famílias e uma rede de 56 farmácias aderentes. Mais de 113 mil embalagens de medicamentos já foram dispensadas, através do abem na região.
