Comportamentos

5 passos para combater a epidemia da solidão

 
Cada vez mais na ordem do dia, a solidão é um problema real e que preocupa as autoridades médicas, sobretudo porque, apesar da diversidade que existe ao nosso redor, são crescentes os casos de pessoas que se sentem sozinhas e deprimidas.

 
Não se pense que a solidão só afeta quem vive sozinho ou quem se sente numa condição diminuída em relação aos outros. Muitos dos casos de solidão são relatados por pessoas que têm amigos, que trabalham e que têm família. Tal acontece essencialmente pela falta de disponibilidade que temos uns para os outros. Um gesto tão simples quanto estar ligado às redes sociais durante um almoço de família ou entre amigos, denuncia o quanto estamos a cultivar cada vez mais a cultura do “Eu” e com menos tempo para dar atenção, amor e carinho a quem está ao nosso lado. E isso acontece com mais frequência do que se possa pensar. Muitos casais estão juntos, mas pouco convivem, pouco se interessam um pelo outro. Muitas crianças com pais, acabam por se sentir ao abandono e sozinhas, razões pelas quais é urgente pensar na solidão como algo a combater e procurar implementar um novo estilo de vida mais aberto aos outros e menos centrado só em nós próprios.
 
É importante ter em conta que, muitas publicações nas redes sociais expressam o que não é na realidade e acabam por fazer desencadear sentimentos de solidão em quem os vê. Se por um lado se publica para se acreditar naquilo que se queria ser e ter, por outro, quem lê ou vê as imagens acaba por se sentir inferiorizado por não conseguir ser ou sentir como aquela pessoa. Assim, é preciso selecionar aquilo que se pesquisa e encontrar compensações em atividades presenciais para combater esse vazio que as redes provocam. Atualizamos a informação, mas depois precisamos de fazer algo para nos sentirmos melhor e mais preenchidos.
 
As principais queixas de solidão referem-se a problemas familiares, dificuldades financeiras, doença, perda de um ente próximo, ou simplesmente por acreditar que não se recebe apoio emocional ou que não se é compreendido. Esta sensação de vazio e de falta de empatia com os outros pode assumir proporções grandiosas e requer tratamento especializado.
 
Para evitar que esse sentimento tome conta de nós, recomendamos estas 5 dicas que podem despertar para um novo estilo de vida, para uma nova forma de se dar mais aos outros e, consequentemente de se sentir mais integrado num grupo.
 
1.Seja positivo
 
O cérebro humano tende para a negatividade, pelo que, qualquer situação é sempre analisada de forma menos positiva, o que exige que façamos um trabalho suplementar para conseguirmos ser positivos e ver a vida de outra forma. Nesse sentido, temos de nos dar oportunidade de sentir mais e julgar menos. Temos de ter menos pensamentos negativos em relação a nós próprios e naturalmente que em relação às outras pessoas. Temos de participar em mais momentos positivos e treinar o nosso cérebro para as boas sensações. Isto não quer dizer que não se veja o negativo, mas sim que devemos ver também o lado positivo; o benefício de fazer algo diferente. No início pode parecer um pouco complexo, mas aos poucos, vamos percebendo o bem-estar que resulta de sermos mais alegres e confiantes.
 
Um segredo é selecionar aquilo em que participamos e as razões que nos levam lá. Optar por eventos positivos e que nos despertem para uma melhor visão da vida. Tentar estar com pessoas mais positivas também desperta em nós esse lado e perceber que, encarar a vida de forma mais positiva é tão válido como o contrário, é tudo uma questão de opção. Qual é o problema de acreditar que tudo nos vai correr bem? Muito melhor do que apostar no contrário!
 
2.Frequente cursos ou grupos de convívio
 
Assuma que gosta de uma determinada atividade ou que quer saber mais acerca de qualquer assunto e procure um grupo de convívio ou um curso que lhe permita desenvolver esse gosto ou aptidão. Só o facto de estar à procura já o encaminha para que encontre algo do seu agrado, depois irá encontrar pessoas com gostos comuns e com quem se vai sentir bem na sua companhia. O principal é sair da sua rotina e fazer algo novo, a partir daí, os dados estão lançados para fazer novos contactos. É muito fácil encontrar pessoas com gostos comuns e desencadear um salutar convívio. Lembre-se de que, “É muito mais o que nos une do que aquilo que nos separa”.
 
3.Faça Voluntariado
 
Está provado que fazer bem aos outros é uma forma de nos sentirmos melhor connosco próprios. Para além disso, a generosidade aumenta a longevidade, o que acrescenta esta ideia. Assim, fazer voluntariado é uma excelente forma de dar o seu tempo, afeto e atenção a outras pessoas. Inscreva-se num grupo do seu agrado e dedique algum do seu tempo a fazer bem a outras pessoas, vai ver que se vai sentir muito mais preenchido e motivado para a vida.
 
4.Invista mais em relações sociais
 
Naturalmente que estamos a falar de contactos presenciais e não de relações virtuais. É importante ter em conta que, apesar de mantermos alguns contactos nas redes sociais, estes não se assemelham ao valor do olhar, do contacto, do prazer de dar e receber a outras pessoas. Precisamos de estar uns com os outros, precisamos de mostrar o que sentimos e de sentir o que os outros têm para nos dar, por isso, não tem de fazer amigos, mas tem de cultivar relações com outras pessoas nas mais variadas ocasiões. Uma simples ida ao supermercado pode permitir uma troca de palavras, um momento agradável com outra pessoa. Ao mesmo tempo, participe em situações culturais onde possa estar na presença de pessoas com gostos comuns.
 
Quando estamos disponíveis para os outros, atraímos naturalmente pessoas para conviver, acredite nosso, seja afável, descontraído, e rapidamente a sua vida estará repleta de bons momentos.
 
5.Adote um animal de estimação
 
Ter um animal de estimação é um ato de responsabilidade e, ao mesmo tempo, de prazer. Um animal faz muita companhia, apesar de exigir cuidados especiais que devem ser ponderados antes de fazer a compra. Quem tem um animal de estimação sente-se mais acompanhado e pode expressar a sua afetividade, o que ajuda e muito, a combater a solidão.
 
Fátima Fernandes