Comportamentos

6 atitudes que não se deve aceitar num parceiro

Foto|Freepik
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Em nome do amor e da continuidade de uma relação, muitos parceiros exigem demasiado à pessoa que está ao seu lado.

Na posição dos especialistas em matéria conjugal, não temos, nem devemos aceitar tudo, uma vez que esse facto compromete-nos a individualidade, o respeito por nós próprios, o bem-estar e o equilíbrio emocional. Saber dizer “não” também é uma prova de amor e garante que estamos bem connosco e com quem amamos.
 
Ao mesmo tempo, também é importante que o parceiro compreenda que há limites numa relação e que não pode pedir tudo só porque tem uma fantasia, um desejo ou precisa de satisfazer alguma necessidade. Como sempre, a negociação, um diálogo aberto e uma comunicação saudável são a base para que tudo se processe da melhor forma possível.
 
Alertam ainda os entendidos que, nem sempre nos damos conta de que estamos ao lado de uma pessoa tóxica, que nos suga a energia, que exige uma quase exclusividade da nossa parte e que não nos deixa ser tal como somos, por isso, não permita estas seis atitudes se quer viver um relacionamento feliz:
 
1.Mudar para ser a pessoa que ele/a deseja
 
Ninguém deve permitir que o/ parceiro/a o/a queira mudar e tornar na pessoa que deseja. Cada um é livre de ser tal como é, de apresentar as suas qualidades positivas e negativas e de ser respeitado na sua singularidade. Quando iniciamos uma relação, não é para servir os caprichos e desejos do outro, mas sim para desfrutarmos de uma relação de amor, amizade, companheirismo, compreensão, partilha, afeto, descoberta, aceitação e construção de um projeto em comum.
 
Acontece com alguma frequência que, o/a parceiro/a queira que sejamos como alguém por quem já esteve apaixonado/, que nos oriente para que tenhamos este ou aquele comportamento porque gosta de o observar em alguém e daí por diante. Também acontece que homens e mulheres podem ter fantasias de vária ordem e querem que o outro lhes corresponda, sendo também comum que exijam que a sua parceria amorosa agrade à sua mãe ou nos mais variados momentos sociais. Não devemos permitir tais imposições que mais não são do que faltas de respeito, consideração e até de amor, pois quem ama aceita o outro tal como é, dá-lhe um ou outro conselho para que possam melhorar-se em conjunto e não exige mudanças de qualquer espécie. Alertam os especialistas que, o casal encontra um modelo que lhes agrade e ajusta-se de parte a parte para que a relação funcione e para que o amor se mantenha e seja prazeroso.
 
2.Querer que abandone os seus sonhos
 
É também comum que, um dos parceiros não se envolva nos planos e projetos do outro e que, por isso, faça de tudo para que desista ou mude de direção.
 
Numa relação, ambos os parceiros devem ser livres para desenvolver os seus sonhos e aquilo que os motiva, sob pena de se começar a viver um enorme sentimento de frustração, discussões e cobranças de parte a parte.
 
Se no passado, o casamento era como que o único propósito de vida de um adulto, hoje sabemos que cada ser humano é completo e tem o direito de reunir vários desejos em simultâneo. A união amorosa é importante, mas a carreira também o é, os hobbies também assumem um papel de relevância e daí por diante. O essencial é que saibamos dosear tudo muito bem sem que todas as partes se prejudiquem ou choquem.
 
3.Querer impor práticas, posições e formas de viver a sexualidade
 
Existem homens e mulheres com um estilo e fantasias muito próprias que querem que o outro os/as satisfaça a qualquer preço. É importante que ninguém participe num ato sexual contra a sua vontade e que não faça aquilo que não lhe dá prazer ou desperta interesse. É evidente que, quando um casal possui muita intimidade e amor, consegue conversar abertamente sobre tudo e deixar-se envolver pelas mais variadas aventuras, também na cama, mas também há muitas situações em que principalmente a mulher se sente pressionada a ter de praticar algo que a incomoda. Tal não deve ser permitido, nem aceite de forma alguma, pois não faz parte dos requisitos do amor e compromete a qualidade e o desenvolvimento de uma relação.
 
4.Impor o afastamento de familiares ou amigos
 
Muitos parceiros são de tal forma ciumentos e possessivos que não querem que o outro esteja em contacto com mais ninguém em seu redor. Tal não faz sentido e não deve ser aceite. Cada um é livre de fazer as suas escolhas e de manter a convivência com quem desejar. Se o outro não gostar daquelas pessoas, pode sempre fazer outra coisa nesse tempo em que está sozinho.
 
Registe que é natural que os parceiros tenham gostos distintos e que não apreciem as mesmas pessoas, pelo que não se deve insistir e sim respeitar. Nem sempre as famílias também são do agrado de ambos, pelo que cada um deve fazer a sua gestão sem que isso comprometa o bem-estar e a boa convivência entre o casal. O segredo é não fazer comentários deste ou daquele familiar e permitir que, à sua maneira, cada um viva a sua relação com o amigo ou membro da família.
 
5.Querer eliminar-lhe a privacidade
 
Apesar de vivermos uma relação de casal, todos precisamos de manter e de alimentar as nossas particularidades, pelo que, permitir que alguém lhe queira anular a privacidade é uma profunda falta de respeito e compromete a relação.
 
Converse com a pessoa que está ao seu lado e mostre-lhe a importância de manter as suas características, aquilo de que gosta e de se assumir tal como é, pois isso é determinante para que ambos se sintam mais felizes.
 
Ambos os parceiros têm o direito à sua privacidade, a não quererem que o outro utilize um dos seus objetos, que tenha acesso á conta nas redes sociais ou outra questão muito pessoal. É evidente que, tal pode ser partilhado, mas não como uma imposição.
 
6.Assumir o controle de tudo
 
É muito importante que as tarefas diárias sejam divididas entre o casal e que cada um faça aquilo que melhor sabe. O incorreto é que um dos elementos se considere o melhor das lides domésticas, por exemplo, e que queira tomar conta de tudo. O mesmo se passa com o dinheiro em que é comum que um dos parceiros queira assumir sozinho essa responsabilidade quando, na realidade, as contas devem estar ao alcance de ambos e serem acordadas. Longe vão também os tempos em que, o marido era o chefe de família e que tomava conta de tudo ou que a mulher se responsabilizava pelo lar e pelos filhos. Todas as responsabilidades devem ser assumidas por ambos, sabendo que se pode tirar mais partido das habilidades de cada um.
 
Por fim, é essencial que os dois se sintam bem um com o outro, pois isso é um sinal de que se respeitam, que se amam e cuidam com carinho. Quando a nossa autoestima está bem isso também quer dizer que o nosso relacionamento é positivo, que o quotidiano é conversado e partilhado e que a relação está no bom caminho. Pelo contrário, quando a relação é tóxica, há problemas constantes, muitas discussões desnecessárias e que pouco acrescentam a relação e o ambiente é negativo.
 
Acontece com alguma regularidade que um dos elementos da parceria amorosa se assuma como “o dono” da relação e que o outro se sujeite a tudo, “só para não levantar problemas”, mas isso, como já vimos,  não é uma boa solução.
 
Fátima Fernandes