Sociedade

700 especialistas reunidos no 56º Congresso Português de Oftalmologia em Vilamoura

Cerca de ¾ dos oftalmologistas portugueses vão reunir-se no Hotel Tivoli Marina Vilamoura, de 5 a 7 de Dezembro no 56º Congresso Português de Oftalmologia, para conhecer as últimas novidades terapêuticas da área.

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Os temas em destaque este ano serão o glaucoma, a inflamação intraocular e as doenças da retina, as principais causas de cegueira evitável em Portugal, que em conjunto afetam cerca de 500 mil portugueses.
 
Há mais de 100 mil portugueses a sofrer de glaucoma e a incidência tende a aumentar no nosso país devido ao envelhecimento da população. 
 
O glaucoma é uma doença ou um conjunto de doenças de evolução crónica que afetam o nervo ótico, podendo conduzir à perda progressiva de visão, se for deixado sem tratamento, e constitui a segunda causa mais frequente de cegueira a nível mundial (nove milhões de pessoas cegas). 
 
Estudos de prevalência recentes apontam para a presença da doença em 1,97 por cento das pessoas com idade superior a 40 anos na Europa. 
A inflamação intraocular, conhecida por uveíte, é menos frequente, contudo não deixa de ser causadora de sequelas que podem originar diminuição da visão.
 
Alguns tipos de uveíte são típicas dos adultos jovens, levando a um absentismo escolar e/ou laboral com marcadas dificuldades na realização de tarefas pessoais e profissionais, o que acarreta importantes repercussões socioeconómicas. 
   
As doenças da retina que mais afetam os portugueses são a degenerescência macular relacionada com a idade (DMI) e a retinopatia diabética. 
 
A DMI é principal causa de baixa visão nos países desenvolvidos. Trata-se de uma doença crónica e progressiva da zona central da mácula, onde a visão é mais importante, atinge cerca de 350 mil portugueses, um número que tende a aumentar à medida que a população portuguesa fica mais envelhecida. 
 
Já a retinopatia diabética é, atualmente, a maior causa de cegueira nos adultos entre os 20 e os 70 anos de idade. A prevalência desta complicação aumenta com a duração da doença e afeta mais de 60% dos doentes com diabetes do tipo 2 com mais de 20 anos de evolução de doença. Em Portugal, calcula-se que existam cerca de 30 mil indivíduos com baixa visão por retinopatia diabética.
 
Paulo Torres, presidente da SPO, explica que “este nosso 56º Congresso Nacional será um espaço de partilha de conhecimentos entre especialistas nacionais e internacionais, que aqui poderão ter contacto com os mais recentes avanços científicos e tecnológicos no tratamento das patologias oftalmológicas, em especial das doenças da retina e do glaucoma, que nos preocupam por serem uma das principais causas de cegueira irreversível”.
 
Além das sessões científicas sobre as doenças oftalmológicas que mais atingem a população portuguesa, destaca-se ainda a presença de Manuel Sobrinho Simões, médico e investigador, que será orador convidado na conferência magistral “Cunha Vaz” para falar sobre os desafios, oportunidades e riscos da medicina no século XXI.