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A importância de ser pontual

A importância de ser pontual
A importância de ser pontual  
Foto - rawpixel.com / Freepik
O estudo “Global Driving Safety Survey”, desenvolvido pela Liberty Mutual, ajuda-nos a compreender melhor os motivos e as consequências da falta de pontualidade dos portugueses.

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O trabalho envolveu 1000 inquiridos e permitiu aferir que: 73% dos entrevistados apontou o trânsito inesperado como o principal motivo dos atrasos. Como consequência, quando percebem que estão atrasados, os condutores portugueses assumem que tomam comportamentos de risco: 42% dos entrevistados admitem que conduzem acima dos limites de velocidade, 47% aceleram no sinal amarelo e 25% confessam que não param nos sinais STOP.

Sair tarde de casa (25%), imprevistos de última hora (41%) ou perder a noção do tempo (14%) fazem também parte da lista dos principais motivos para a falta de pontualidade. Pela falta de tempo em casa, usam o carro para comer e/ou maquilhar (7%) para fazer o ponto de situação do trabalho (11%) ou com a família (7%) através do telemóvel, admitem os entrevistados numa publicação do Observador.

Para os especialistas, a falta de pontualidade pode ser encarada como dificuldades em assumir um compromisso, pessoas que arrastam os problemas e que não os resolvem, falta de respeito para com quem espera, seja por razões profissionais, pessoais ou sociais e, não menos grave, como uma causa de stress e de doença mental.

De acordo com José Roberto Marques, especialista em comportamentos humanos e coach, «ser pontual significa respeitar e cumprir prazos que foram previamente combinados.  Chegar a horas ao trabalho, entregar um relatório atempadamente, ocupar e desempenhar as suas funções nos horários marcados, comparecer num evento, são apenas alguns exemplos de pontualidade essenciais para a boa convivência social e também para transmitir uma imagem positiva a nosso respeito.

«Ser pontual demonstra respeito, consideração e profissionalismo», sublinha José Roberto Marques alertando para a importância de «mudar mentalidades para que o atraso não seja um hábito de vida».

Muitos entendidos adiantam que, o atraso é uma questão cultural que, no caso português vai-se tornando numa característica com implicações negativas na produtividade, por exemplo. Os países do norte da Europa são os que mais valorizam a pontualidade e que relatam dificuldades em conviver com os atrasos e com o facto de terem de esperar quase sempre meia hora ou mais por quem não prioriza os horários e a necessidade de cumprir prazos, o que acontece muito em Portugal.

Cumprir os prazos e honrar os nossos compromissos é. Efetivamente uma expressão de respeito pelos outros, uma marca de profissionalismo e, ao mesmo tempo, a melhor maneira de mostrar a alguém que o respeitamos e que valorizamos até o seu tempo. Mas é também uma referência de organização pessoal, de maturidade, de rigor e eficiência que se demonstra aos demais, frisam os especialistas nesta matéria.

A pontualidade também acarreta muitos benefícios em termos de saúde mental e qualidade de vida, uma vez que, a pessoa que chega a horas, que cumpre os seus compromissos e que se organiza, consegue desfrutar de muitos mais momentos de tranquilidade, sobra-lhe tempo para relaxar no final do dia, consegue descontrair, fazer algo que lhe dá prazer, controla melhor o stress e a ansiedade e descobre um novo modelo de vida em que sai de casa mais cedo, cumpre o que lhe é exigido e depois pode desligar-se do trabalho ou das tarefas, realçam os especialistas.

José Roberto Marques reuniu algumas dicas que o podem ajudar a construir um modelo de vida baseado na pontualidade que resulta da sua vasta experiência nesta matéria:

Planeie os seus compromissos com antecedência;

Reserve tempo suficiente para as deslocações. Deite-se cedo para que possa levantar-se a tempo e horas;

Use agendas ou aplicativos que o alertem para as atividades ao longo do dia;

Saia de casa com antecedência e contando com imprevistos. Nunca se sabe quando há um engarrafamento. Relaxe um pouco no tempo que lhe sobra antes de começar a trabalhar;

Deixe os seus pertences e roupas separados na véspera;

Realize as tarefas secundárias depois dos compromissos;

Evite a procrastinação;

Cuidado com as distrações (televisão, redes sociais etc.). Estas só devem estar presentes no tempo livre;

Aprenda a dizer “não” para não assumir compromissos que não consegue cumprir;

Identifique obstáculos e padrões de hábitos que podem prejudicar-lhe a pontualidade e trabalhe para evitá-los;

Lembre-se de que exceções acontecem, mas avise quem está à sua espera como prova de respeito e evite repetir o mesmo;

Pratique a pontualidade em todas as ocasiões, mesmo as mais informais, para exercitá-la e torná-la num hábito;

Recompense-se quando for pontual de modo a reforçar positivamente esse hábito.

Nunca é demais frisar que, muitas pessoas não têm conseguido ultrapassar a falta de pontualidade porque estão desmotivadas, excessivamente despreocupadas e com pouca noção da responsabilidade e do quanto afetam a qualidade de vida dos outros. Ao mesmo tempo, estas pessoas possuem pouca empatia e não pensam no quão aborrecido é alguém ter de esperar por si, mesmo nas festas e nos momentos de convívio pessoal, por isso, se sofre deste problema, inicie já um modelo de vida diferente. Respeite-se e respeite os outros, recomendam os especialistas sublinhando que, a falta de pontualidade pode fazer-nos perder oportunidades porque alguém as agarrou antes de nós, perder uma viagem, porque não se chegou a horas ao aeroporto, faltar a um encontro importante e até perder um grande amor que não esperou por nós.

Para além de transmitir uma imagem de desleixe, desconsideração e desrespeito, a falta de pontualidade não é bem acolhida no mundo do trabalho, já que revela desinteresse, desmotivação e falta de responsabilidade de quem não prioriza cada tarefa quando seria o momento de o fazer. No tempo livre, também é crucial manter as marcas da pontualidade, sob pena de passar o tempo e de não conseguir aproveitar umas férias, uma festa, um fim de semana, pois quem adia a sua partida, acaba por adiar também a chegada ao destino e reduz o tempo para divertir-se. Como consequência, anda aborrecido, frustrado, sente-se desvalorizado e muito stressado. Não nos esqueçamos de que o cérebro humano necessita de organização para ser feliz.