Economia

ACRAL vê com preocupação o aumento do crédito ao consumo e a diminuição do crédito às empresas

A direção da associação multissetorial ACRAL vê com “espanto” e “preocupação” os últimos dados sobre a concessão de crédito em Portugal.

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Entre Janeiro e Maio deste ano, os créditos ao consumo e à habitação cresceram, respetivamente, 52% e 25% - são os valores mais altos desde 2011. Em contrapartida, o crédito às empresas caiu 30%.
 
“Isto é um mau sinal. É mais do mesmo: estamos a cometer os mesmo erros do passado”, alerta o presidente da ACRAL.
 
Segundo Víctor Guerreiro, a banca está a incorrer num erro e num equívoco: “não se pode recuperar créditos concedidos ao consumo e à habitação sem dar condições às empresas para desenvolverem a sua atividade, criando emprego e riqueza”, defende “Se eu não tenho emprego, se tenho um emprego precário ou se tenho o emprego em risco, como é que depois vou assumir e honrar os compromissos com os créditos à habitação ou ao consumo?”, questiona.
 
Para o dirigente associativo, a banca está a fazer um caminho igual ao do passado e, dessa forma, no futuro poderemos vir a ter os mesmos problemas.: “desemprego ou emprego precário e empresas com dificuldades de financiamento para investir”, lamenta.
 
Víctor Guerreiro vai mais longe e questiona o papel da Caixa Geral de Depósitos na moralização do sector financeiro e no exemplo que deveria dar sobre a necessidade e a importância de apoiar as empresas.
 
“A pergunta é: para quê um banco público, quando ele atua da mesma forma, ou de forma ainda pior, que a banca comercial privada?”
 
De acordo com o presidente da ACRAL, “há muitos sinais positivos na economia mas continuamos com um défice de apoio às empresas: e nesse particular o banco público deveria ter uma estratégia mais focada na economia e no apoio às empresas”, conclui.