O colapso financeiro da empresa, que existia desde 1968, deixou perto de 110 mil pessoas sem voo de regresso. Ao mesmo tempo, outras cerca de 750 mil viram desaparecer as reservas que tinham feito (tendo agora que pedir reembolso).
Conforme diz o "Público" o governo do Reino Unido, em articulação com a autoridade britânica de aviação civil, começou desde logo a organizar aquela que é referida como a maior operação de repatriamento em tempo de paz. A estratégia passa por alugar 34 aviões (de empresas como a Qatar e a Easyjet) para conseguir que as pessoas voltem para as suas casas.
Segundo o jornal britânico The Guardian, a maior parte das pessoas atingidas estão no sul de Espanha.
Em Portugal o Aeroporto mais afectado é o de Faro. Para ontem à tarde estavam previstos dois voos, com pelo menos um deles, com destino a Londres, a ser cancelado. Já para esta terça-feira estavam previstos sete voos a partir da cidade algarvia com destino a quatro cidades inglesas (Birmingham, Londres, Leeds, e Manchester).
De acordo com os dados mais recentes da ANAC, no segundo trimestre deste ano a Monarch era a quarta maior transportadora aérea no aeroporto de Faro, em termos de quota de mercado de movimentos e de passageiros (atrás da Ryanair, Easyjet e Jet2.com).
O "Público" adianta que os atingidos são, na sua esmagadora maioria, cidadãos britânicos. Segundo dados citados pelo The Guardian, há 32.000 pessoas a regressar esta semana de Espanha, e quase outros 10.000 partem até sexta-feira de Portugal, a maioria deles a partir de Faro.
O responsável pela Região de Turismo do Algarve, Desidério Silva, afirmou ao mesmo jornal que situações como a da Monarch, com pessoas deixadas em terra nos destinos de férias, causam sempre algum tipo de perturbações, em termos de impacto imediato. No entanto, diz que a situação será resolvida com o recurso ao aluguer de aviões para retirar os passageiros retidos, ao mesmo tempo que as companhias aéreas concorrentes irão ocupar o espaço deixado livre pela Monarch, trazendo ingleses de férias para Portugal. Até porque, diz, a Monarch não voava em exclusivo em nenhuma das rotas. O mercado britânico é o mais importante emissor de turistas para o Algarve que, no total, registou 10,7 milhões de dormidas entre Janeiro e Julho.
O governo britânico, através do secretário de Estado dos Transportes, Chris Grayling, afirmou que a Monarch Airlines cai vítima de uma “guerra de preços” nos voos para o Mediterrâneo. A isso, diz a Reuters, acresce a desvalorização da libra, o impacto da insegurança em destinos como a Tunísia, Turquia e Egipto e, também alguma incerteza causada pelo “Brexit”.