Comportamentos

Afaste-se de pessoas conflituosas!

 
Muitas vezes, as pessoas conflituosas passam despercebidas (nos primeiros momentos) devido à sua forte influência sobre os outros.

Por norma, são pessoas interessadas nas relações de grupo e, o seu discurso aparenta um desejo de harmonia e de interesse em estar com os outros. Procuram os encontros regulares, e aparecem nas mais variadas situações como se de uma coincidência se tratasse, dando assim a sensação de que estão interessadas em manter um contacto próximo. Estudam cuidadosamente os seus alvos e, rapidamente percebem onde podem encontrar os “pontos fracos” daqueles que querem atingir. Não lidam com ninguém de forma desinteressada, ainda que demonstre precisamente o oposto.
 
Mostram-se recetivas ao convívio e fingem gostar de estar em ambientes onde todos possam conviver de forma salutar. Começam pelos elogios mais ou menos artificiais e, naturalmente vão falando acerca de alguém que desperte interesse no grupo.
 
“Não parecem gostar de fofocas, mas sabem sempre tudo acerca da vida alheia”, tal como se mostram desinteressadas com os “defeitos” e comportamentos de outras pessoas, mas vão atirando uma ou outra farpa bem direcionada.
 
Falam com facilidade e empenham-se em cativar o maior número de pessoas. Apresentam-se como “mentes abertas” e sempre dispostas a compreender a diferença, tal como enfatizam as suas qualidades ao limite para justificarem as atenções dos outros. Tendem a chamar a atenção pelos seus problemas e dramas de vida, razão pela qual se conseguem “camuflar” e afastar qualquer tipo de suspeita acerca das suas verdadeiras intenções.
 
Rapidamente entram na intimidade e no coração das outras pessoas e, é a partir dessa fase que começam os perigos, muito embora se tenha dificuldade em comprovar a origem dos conflitos e, ainda mais levantar qualquer tipo de suspeita, pois protegem ao máximo as suas ações.
 
Mantêm contactos com todos aqueles que sabem ser inimigos ou pessoas menos próximas dos seus alvos, mas de forma secreta e, se estivermos atentos, percebe-se que fazem aquilo a que se chama “jogo duplo.”
 
Passam a informação de um lado para o outro, mas “sempre sem intenção de prejudicar” e, quando ganham mais confiança, passam a fazer tudo isto de forma descarada!
 
Aos poucos, os sinais dos conflitos que produzem passam a ser evidentes, sobretudo quando ocorre um ligeiro afastamento desses momentos, quando há uma mudança, a entrada ou saída de alguém do grupo ou simplesmente quando alguém deixa de se resignar aos seus comentários negativos.
 
As pessoas conflituosas apenas observam os pontos onde podem marcar a sua ação e, de certa forma, “deitar o seu veneno”, razão pela qual “implicam por tudo e por nada”.
 
Tendem a mostrar-se o centro de uma conversa de forma a evitarem qualquer tipo de confronto e, jogam como ninguém de uma arte para colocar uns contra os outros. São as pessoas que mais se adiantam a fazer convites e a manter contactos, pela simples razão de que precisam de histórias para alimentar essa sua negatividade.
 
A maior dificuldade de quem convive com estas pessoas destrutivas prende-se com o facto das mesmas serem familiares ou colegas de trabalho, logo existe um contacto muito próximo. Ao mesmo tempo, as pessoas conflituosas vão minando a autoestima dos seus alvos, o que retarda a perceção da autoria dos boatos e dos cenários que produzem.
 
Gostam de ambientes negativos e inflamados e, na maior parte das vezes, já nem se dão conta da fúria das suas palavras e intenções, motivo pelo qual cabe a cada um defender-se.
 
Estas pessoas não gostam de situações em que exista harmonia e estão sempre dispostas a “estragar” os momentos de convívio. Encontram sempre o argumento mais explosivo para motivar reações e, em muitos casos, lançam a suspeita sobre os outros para se protegerem. É por isso que os conflitos por norma persistem no seio de muitas famílias e ambientes de trabalho. Porque há sempre um agente responsável pela sua criação e expansão.
 
Para quem não gosta de conflitos, esta situação constitui alvo de sofrimento e degradação constante da sua autoestima, pois os conflituosos sabem muito bem quem são os alvos mais vulneráveis e onde podem manter a sua ação no tempo.
 
Sabendo que só há pessoas conflituosas porque há quem se deixa afetar, é caso para dizer que, cabe a cada um manter ou afastar esse tipo de subserviência.
 
São muitos os especialistas em comportamento humano que afirmam a importância de criar um afastamento emocional deste tipo de pessoas. “O ideal seria mesmo cortar com qualquer tipo de relação, mas uma vez tratar-se de um familiar ou colega de trabalho, a estratégia tem de ir mais longe. Tem de ser elaborada e produzir efeitos positivos o mais rápido possível.”
 
Note-se que, a convivência com pessoas conflituosas destrói tanto a autoestima, como a felicidade e a própria forma de ver o mundo. Os alvos desta negatividade perdem a razão de viver e acabam por ceder a tudo o que lhes é exigido de forma indireta. Enquanto isso, os conflituosos vivem sem qualquer tipo de sensibilidade, pois essa é a sua forma de estar na vida. Sem conflitos, não têm alimento e, sem alvos para marcar essa negatividade, perdem a força.
 
E é aqui que reside a solução para o problema: retirar o poder das pessoas conflituosas.
 
Como?
 
Comece por detetar quem são as pessoas geradoras de conflito à sua volta. Sinalize as suas formas de ação e encare claramente que se trata de uma forma de estar na vida, logo não terá maneira de alterar a situação senão com o afastamento.
 
Observe quem lhe causa mau-estar e qual a razão que o suporta, pois estará mais perto de encarar a realidade.
 
Analise até que ponto se deixa afetar pelas palavras, gestos e comportamentos dessas pessoas e coloque-lhes um rótulo de mal intencionadas e destrutivas. Faça este exercício dentro e fora da família, no trabalho e nas amizades. Depois, encare firmemente os resultados.
 
Uma vez sinalizadas as geradoras de conflitos, é preciso agir!
 
O primeiro passo é o afastamento emocional. Desligue-se das emoções que mantem com essas pessoas, tendo em conta que são muito manipuladoras e que vão continuar a fazer apelos para que se mantenha por perto.
 
A melhor forma de o fazer passa pela concentração na sua própria vida e por desistir de tentar compreender a razão pela qual há pessoas assim tão destrutivas.
 
Afaste qualquer tipo de sentimento de culpa, pois se alguém é prejudicado é você! Valorize quem lida consigo com boas intenções, com quem consegue sentir-se bem e saborear a liberdade de ação e pensamento.
 
Lembre-se que, as pessoas conflituosas não respeitam, não sentem arrependimento e procuram precisamente “incendiar” a vida dos outros. Não gostam da felicidade, nem lutam pela mudança porque “sempre foram assim e “o hábito faz o monge”!
 
Pense que, uma pessoa conflituosa não é desejada na sua privacidade, muito menos no seu grupo de amigos e ainda menos deverá saber algo acerca da sua vida.
 
Mantenha-se firme na negação de convites, mas mostre-se indiferente às suas críticas. Nos primeiros tempos, sentirá que é difícil afastar-se de tantas solicitações, mas se encontrar pretextos melhores à sua companhia, vai ver que o processo é mais rápido e eficaz do que parece.
 
Retire qualquer tipo de emoção face a pessoas que lhe provocam dependência e mau-estar. Encontre dentro de si motivos para estar consigo mesmo, com pessoas mais agradáveis ou simplesmente fazer algo que não fazia há muito tempo. Aos poucos, as pessoas conflituosas vão perdendo a força e, os alvos desviando as atenções!
 
Pode manter algumas conversas fúteis com essas pessoas, pois sendo familiares ou colegas, terá de o fazer nem que seja para manter a ideia de que nada se passa, mas dentro de si, cultive pensamentos positivos e genuínos. Reforce os seus objetivos de vida e alimente-se de boas sensações com aqueles que ama.
 
Afaste a ideia de que uma pessoa conflituosa gosta de alguém, pois isso não corresponde à verdade. Alguém que destrói não ama ninguém, nem tem a autoestima suficiente para respeitar e pensar duas vezes antes de praticar algo negativo com outra pessoa.
 
É preciso compreender e aceitar que, há pessoas boas e más e que, os conflitos surgem de quem gosta de provocar, de alimentar relações tensas e destrutivas.
 
As pessoas conflituosas são assim por natureza, não escolheram, nem tomaram partido. Simplesmente se habituaram a essa forma de vida pelos seus horizontes mais limitados, pela falta de alternativas e pela escassez de conhecimento. São pessoas que encaram a vida de uma forma negativa e que nem concebem que possa ser de outra forma, logo não perca tempo a tentar mudá-las, pois será sobre si que irá recair a frustração. Pense sim, que na falta de um alvo, as pessoas conflituosas rapidamente vão encontrar outro para alimentar essa necessidade, por isso, saia do seu caminho e siga em liberdade aquilo que defende e sente. Esse também é um direito e certamente que fará mais sentido na sua vida!
 
As pessoas conflituosas não se apercebem da dimensão do que provocam, razão pela qual não voltam atrás, não pedem desculpa ou tentam resolver os estragos que fizeram. Percebendo isto, não vale a pena estar à espera desse tipo de arrependimento, pois ele não surgirá e o seu quotidiano será marcado por uma montanha russa de emoções: uns dias aparentemente feliz com aquela pessoa, outros dias de rastos pelo que lhe fez ou disse.
 
Vale a pena viver nesta instabilidade quando se está a lidar com causas perdidas?
 
Pense que, atrás de si e do seu direito à felicidade, outra pessoa se deixará envolver num mar de conflitos, logo essas pessoas nunca estão sós, não precisa de lhes fazer companhia com o seu sofrimento!
 
O criador de conflitos é “viciado” em produzir situações negativas aos outros. Dentro de si impera um desejo de mostrar a tudo e todos que é melhor, mais importante e mais poderoso, pelo que, os seus alvos só têm a perder com este tipo de relação. Na falta de um, facilmente as pessoas conflituosas vão encontrar outro, por isso, saia da sua vida sem remorsos e, se tiver de se manter por perto, faça-o sem sentimentos e com a máxima distância possível! 
 
Fátima Fernandes