Ambiente

Agricultura algarvia tem de se adaptar às Alterações Climáticas num novo paradigma

 
 
A Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve (DRAP) apresentou publicamente os projetos Agro + Eficiente, aprovados no âmbito do PRR.

Num cenário em que as Alterações Climáticas se tornam cada vez mais evidentes, nomeadamente no Algarve, torna-se necessário tomar medidas para a adaptação aos seus efeitos, como o uso racional da água nas culturas, através do estudo de práticas vocacionadas para maximizar a capacidade produtiva com diminuição dos níveis de rega, juntamente com a utilização de recursos genéticos de variedades tradicionais (principalmente de fruteiras), pouco exigentes em rega. 
 
No sentido de estudar estas questões, a DRAP Algarve apresentou na sua sede em Faro, uma candidatura, que envolve várias entidades públicas e privadas, enquadrada na temática da valorização de recursos genéticos tradicionais, novas culturas e gestão de água de rega em contexto de Alterações Climáticas, ao Plano de Recuperação e Resiliência/Agenda de Investigação e Inovação para a Sustentabilidade da Agricultura, Alimentação e Agro – indústria.
 
Conforme adianta a DRAP Algarve em comunicado, os projetos Agro + Eficiente constituem estudos de referência que incluem as principais espécies e modos de produção agrícola na região, numa perspetiva de racionalização do consumo de água, preservação dos ecossistemas, incremento da fertilidade do solo e utilização de recursos genéticos endógenos. Os ensaios incluem culturas emblemáticas do Algarve, como os citrinos, mas também novas culturas, como o abacateiro e a pitaia e as fruteiras tradicionais (alfarrobeira, amendoeira, figueira e oliveira), associadas ao sistema de cultivo ancestral da região, o pomar tradicional.  
 
Com a valorização da gestão da água e de sistemas de cultivo de fruteiras tradicionais, valorização de recursos genéticos vegetais, estudo com espécies adaptadas às Alterações Climáticas e ações de promoção e divulgação de boas práticas agrícolas, estarão criadas as bases de renovação da agricultura algarvia, num novo paradigma, acrescenta o documento.
 
Pedro Valadas Monteiro, Diretor Regional da DRAP Algarve, procedeu à abertura da sessão, seguido dos vários oradores participantes do projeto, Pedro Correia, Alcinda Neves e Amílcar Duarte da Universidade do Algarve e António Marreiros e Luis Cabrita da DRAP Algarve, tendo Mário Dias, Diretor Adjunto da DRAP Algarve, encerrado o evento.
 
A sessão contou ainda com a participação de Luis Dias, como orador convidado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, líder do consórcio responsável pela elaboração do Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas no Algarve (PIAAC - AMAL) que identifica vulnerabilidades atuais e futuras relativamente às florestas, zonas costeiras, segurança de pessoas e bens e a saúde humana. O plano define ainda possíveis medidas de adaptação, tendo em conta as especificidades ambientais e sociais do território, bem como orientações para os instrumentos de gestão territorial à escala regional, intermunicipal e municipal.