“Jardins de Abril”, “Floresta de Prata” e “Circolando” são os nomes dos processos artísticos que decorrem nos três agrupamentos escolares de Albufeira e que foram apresentados na semana passada ao comissário do Plano Nacional das Artes, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. A par destes projetos, os agrupamentos têm outros trabalhos artísticos a decorrer e outros que em breve serão levados a cabo, informa o Município de Albufeira em nota publicada.
Foi na presença do presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo, do Comissário do Plano Nacional das Artes, Paulo Pires do Vale e da Vereadora da Educação, que os três agrupamentos escolares do concelho apresentaram, os projetos artísticos que estão a ser desenvolvidos ao abrigo do referido Plano (PNA), cujo horizonte temporal é de 2019 a 2029.
“A educação pode ser feita de diversas formas e é importante que isso aconteça para que o aluno tire um maior proveito da informação que adquire. É importante tirar os alunos das quatro paredes da escola e levar a sua expressão artística para o seio da comunidade concelhia” referiu o autarca José Carlos Rolo.
A vereadora da Educação, Cláudia Guedelha, salientou que “os alunos têm em si uma riqueza e um potencial extraordinário e estamos conscientes de que temos que facilitar a expressão de toda essa potência, com vista não só à sua felicidade, como também para abrir um caminho exploratório para uma carreira quer curricular, quer profissional”.
Paulo Pires do Vale, disse que é sua convicção de que “não vai mudar nada na escola, se não se mudar na comunidade”, pelo que as artes, que não são “para enfeitar a vida, mas para estruturar e alterar a vida”, consubstanciam a capacidade de alterar a sociedade. “Culturas distintas para uma mudança relevante”, referiu aquele responsável, acentuando que “precisamos valorizar tudo o que existe no território” na construção de uma verdadeira “democracia cultural”, a partir da “valorização da autonomia” dos jovens artistas, concedendo-lhe a “possibilidade de participar na vida da comunidade”.
Os agrupamentos escolares fizeram-se representar pelos seus órgãos de gestão, bem como pelos coordenadores do projeto e respetivos artistas residentes. Pelo Agrupamento Escolar de Albufeira Poente, a coordenadora do projeto, Fernanda Lamy, apresentou o projeto que se encontra a decorrer e de “como é difícil sensibilizar os alunos para a arte”, pelo que o projeto tem tomado várias frentes.
Em processo está o trabalho “Jardins de Abril”, pelo artista residente Luís Augusto Martins (área do teatro e comunidade e performance), o qual inclui a construção de uma caixa de “teatro lambe-lambe” a partir de uma proposta dramatúrgica elaborada a partir da recolha de diversos depoimentos. O artista vê nesta intervenção que ressuscita a tradição bonecreira uma “semente de democracia cultural”.
Pelo Agrupamento de Escolas de Albufeira, Carlos Padilha, coordenador do projeto, salientou a dificuldade que existe também para sensibilizar os professores, mas que já existe uma equipa para propor formação na área das artes aos docentes, no sentido de, entre outros objetivos, “promove a consciência de que todos podem ser produtores culturais”. O artista residente é Mateus Verde (artes musicais e plásticas) que está a laborar no projeto que intitulou “Floresta de Prata”, cujo processo parte das histórias contadas pela avó até à problemática dos objetos numa abordagem sonora e visual por meio da instituição.
O projeto “Circolar” é da autoria de Marina Simões (teatro e comunidade e educação), artista residente do Agrupamento Escolar de Ferreiras. A coordenadora do PNA deste agrupamento, Fátima Mártires vincou a dificuldade em sensibilizar a comunidade educativa para a importância das artes, ao passo que Marina Simões revelou que a área central do projeto são as artes circenses por se tratar de um território criativo que implica “muita repetição e muita frustração”, com vista à construção da criatividade, autonomia e sentido crítico. “A vida como obra de arte, na medida em que somos um conjunto de valores e virtudes e de já não ser importante estabelecer se os alunos vão ser isto ou aquilo”, norteia uma das ideias associadas ao seu projeto.