A Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) apela ao governo para não excluir a região dos chamados vistos gold, enquanto um dos mecanismos mais importantes de atração de investimento direto estrangeiro (IDE) para a região, representando "um grande fator de desenvolvimento económico e social para o Algarve, quer através da atração de investimento externo, quer potenciando o turismo residencial e, por essa via, o emprego regional".
Para a AHETA, a alteração do Regime Jurídico das Autorizações de Residência para Investimento, (ARI), pretende fazer deslocalizar estes investimentos para o interior do país, "sem levar em consideração que os locais e as regiões se desenvolvem em função das suas vocações e não por meras alterações legislativas".
Em comunicado a associação recorda que, os vistos gold geraram cerca de 5 mil milhões de euros desde a sua aprovação em 2012, ou seja, cerca de 10% do total de IDE em Portugal no mesmo período. Acresce que 94% do investimento total se destinou a bens imobiliários e, destes, 97% foram investidos no litoral, designadamente no Algarve, confirma no mesmo documento.
A AHETA defende que a estabilidade fiscal "é uma das razões mais determinantes para captar novos investidores", em especial numa altura em que há necessidade de reforçar os fatores de atratividade da economia do turismo do Algarve, existindo vários empreendimentos em curso na região que perspetivam a atração de mais investimento externo para a região no curto/médio prazos.
A entidade estima ainda que, apesar da "enorme recessão económica que a região atravessa", no último semestre de 2020, os vistos gold injetaram na economia do Algarve cerca de 20 milhões de euros, para além de ter contribuído para a preservação dos promotores e das empresas do setor imobiliário e de atividades correspondendo a milhares de postos de trabalho.
A mesma fonte conclui que o Algarve ocupa, através deste programa, o top três das regiões portuguesas que atraem mais investimento estrangeiro, depois de Lisboa e Porto.