A descida do IVA sobre a alimentação e bebidas vem contribuir, decisivamente, para melhorar o fundo de maneio das empresas hoteleiras e turísticas do Algarve, demasiado descapitalizadas pela asfixia fiscal a que foram sujeitas no passado recente, uma consequência directa da grave crise económica nacional e internacional, destaca a Aheta em comunicado.
Esta Associação, recorda que cerca de 30 por cento da facturação média das empresas hoteleiras do Algarve corresponde a alimentação e bebidas, (cerca de 200 milhões de euros), sendo mesmo a região portuguesa onde este valor é mais elevado.
Por outro lado, as dificuldades de acesso ao crédito por parte das empresas, afetam segundo a Aheta, ainda mais a estabilidade económica empresarial.
A Aheta congratula-se ainda com as propostas do Orçamento de Estado respeitantes à criação de condições para a atração de investimento externo na área do turismo, esperando, que sejam introduzidas medidas que visem repor uma maior competitividade fiscal na economia portuguesa em geral e na economia do turismo em particular, apelando igualmente às autarquias do Algarve para a necessidade de contenção ao nível das múltiplas taxas municipais existentes, incluindo o IMI, atendendo a que a região é não só a maior como a mais importante região turística portuguesa e, por conseguinte, "a melhor posicionada para responder a este desiderato nacional".
Contudo a Aheta lamenta "profundamente" o facto do Orçamento de Estado não prever, desde logo, a descida do IVA no Golfe, "produto que, verdadeiramente, mais contribuiu para esbater a sazonalidade, assumindo-se ainda como um dos principais fatores de atracção do turismo residencial e, por essa via, do investimento externo no turismo do Algarve".
Como exemplo, a Associação dos Hoteleiros do Algarve, destaca que os turistas estrangeiros são responsáveis por mais de 95 por cento das voltas de golfe transaccionadas no Algarve, mais de 1,15 milhões por ano, gerando cerca de 75 milhões de euros anuais em receitas directas e um efeito multiplicador da ordem das cinco vezes em despesas de alojamento, restauração, comércio, rent-a-car, entre outras ou seja, cerca de 350 milhões de euros em bens transacionáveis.