A AHETA considera que face à crise do turismo relacionada com a pandemia, as medidas aprovadas pelo governo são "insuficientes e desajustadas e, os atrasos na sua implementação, um bloqueio para as empresas".
Em comunicado a associação dos hoteleiros algarvios, diz que as medidas anunciadas até vão na direção correta, "mas são insuficientes e desajustadas, face à dimensão da tragédia junto dos hoteleiros".
Para a AHETA, o governo deve ser "mais ousado" nas medidas que visem esbater os efeitos crise, seguindo os exemplos de outros estados membros da União Europeia, dotando as empresas de mecanismos que evitem um colapso económico sem precedentes, de forma a permitir a sua recuperação rápida e eficiente na fase de retoma das economias turísticas mundiais.
A AHETA reporta que há estabelecimentos hoteleiros e turísticos que já encerraram e/ou preparam-se para encerrar portas, face à quebra abrupta das procuras turísticas e à paragem total do negócio à escala mundial, pelo que a redução de custos "é neste contexto, uma obrigação incontornável para as empresas, assim como a extinção, mesmo que temporária, dos postos de trabalho".
A associação vê o chamado lay-off simplificado, como uma solução de curto prazo propondo que seja o Estado a assumir os 66% respeitantes aos custos dos trabalhadores das empresas e dos estabelecimentos encerrados total ou parcialmente, "libertando as empresas de um custo fixo elevado, comprometendo-se estas a manter os postos de trabalho, aquando da reabertura dos empreendimentos e a retoma da atividade".
No que às linhas de crédito diz respeito, os hoteleiros lembram que os empréstimos não são subsídios, mas antes dívidas que terão de ser pagas num futuro próximo, "em que as taxas de juro cobradas pela banca, incluindo as garantias, são superiores a 2,5%, podendo atingir valores de mais de 3%, valores "insuportáveis para as empresas".
Nestes termos, pedem que o Turismo de Portugal assuma o papel de instituição financeira, que já foi no passado, substituindo-se à banca na concessão de empréstimos, bem como a possibilidade das empresas com dívidas fiscais ainda não regularizadas, o possam fazer, através da prestação de garantias patrimoniais, mesmo quando estes patrimónios tenham sido objeto de penhoras anteriores, bancárias ou outras.
A AHETA explica que o facto de muitas empresas que, apesar de se encontrarem em fase de regularização com a Autoridade Tributária, ao não terem finalizado os respetivos acordos, ficam impedidas de recorrer aos mecanismos de apoio aprovados.
Relativamente ao pagamento de contribuições e impostos e atendendo à recuperação lenta ligada à atividade turística, a AHETA defende a isenção temporária de algumas contribuições e outros impostos, designadamente no que se refere à Segurança Social, Pagamento Especial por Conta ou IMI.
Apela ainda aos portugueses que programaram férias no Algarve durante o período da Páscoa ou que pretendam deslocar-se para segundas habitações na região, para permanecerem nas suas residências habituais, seguindo as recomendações das autoridades de saúde, evitando a propagação da pandemia.