Família

Ajude o seu filho a crescer

 
Começo por dizer que não é fácil para um pai e para uma mãe, passar de uma fase em que o bebé precisa de tudo, para depois ir permitindo a autonomia da criança e promovendo o seu desenvolvimento sadio e equilibrado, mas tem de ser assim para que o processo decorra gradualmente e de forma positiva.

 
Cabe aos pais desde logo, uma sensibilidade para este aspeto, sob pena de impedirem que o menino ou menina sigam o seu percurso normal.
 
Os pais têm de estar atentos e disponíveis para promover essa autonomia e para despertar na criança, no jovem e no adulto aquilo de que precisam em cada fase. Não é por acaso que os pais são adultos, mais velhos e experientes, é porque têm de cuidar dos filhos e acompanhar essas etapas sempre com um passo à frente.
 
Os filhos contam com essa sabedoria dos pais e estes têm de se munir de informação para poderem cumprir esse papel da melhor forma.
 
É por isso que pais atualizados são sempre mais competentes porque partilham informação, porque pensam acerca do desenvolvimento dos filhos e do que eles necessitam em cada etapa de vida, modificam a sua forma de atuação à medida em que os filhos precisam de ser eles a tomar as decisões e, aproximam-se quando percebem que são importantes para um momento decisivo.
 
É como se de um jogo se tratasse e, é por isso que se afirma que, ser pai e mãe são as maiores provas de altruísmo que podemos ter na vida. É dar gratuitamente o que se é e o que se sabe para ter o prazer e a felicidade de ver os filhos crescerem inteligentes, trabalhadores, maduros e responsáveis. Esta é a grande tarefa dos pais que têm de usar a arte de amar ao serviço do exigir também e, acima de tudo, estarem disponíveis para saber quando são ou não necessários.
 
Entender desta forma realista o papel de pais é promover a liberdade quando é necessária, a punição quando assim se impõe e, naturalmente que dar o apoio e compreensão com uma boa dose de carinho quando sentimos esse desejo.
 
Os pais têm de saber usar todos estes ingredientes de forma harmoniosa e ao longo da vida para que os filhos se envolvam no processo, compreendam o papel dos seus progenitores e, acima de tudo, que sintam que são amados e preparados para a vida. Quando nasce o bebé, tem de estar nos planos dos pais, aquilo que se pretende que o filho seja enquanto adulto. Não me refiro à profissão, mas sim ao cidadão, ao indivíduo à pessoa. Para isso, temos de exigir em casa, um bom desempenho na escola. Temos de exigir que cumpra as regras e que aprenda a respeitar os outros e a dar-se ao respeito. Desde cedo, temos também que ir incutindo as regras de bom funcionamento social para que se comecem a cumprir na sala de aula e em casa. 
 
O que ocorre na adolescência, é o resultado da infância, tal como o adulto é o reflexo das duas etapas anteriores. Se pensarmos assim, temos um fio condutor que nos permite ajudar a orientar o nosso filho, sem que ele perca de vista que se trata do seu percurso, que está a aprender a ser responsável e que se está a desenvolver através do treino nas várias situações em que participa. Ele frequenta um clube de futebol, mas leva consigo as regras que os pais lhe ensinaram em casa. O mesmo se passa na escola, em sociedade e no grupo de amigos, por isso, a aposta dos pais deve ser muito direcionada para o que pretendem que o filho seja quando “for grande”.
 
Tenhamos em mente que, o bom sucesso que o nosso filho tiver nestas atividades, será o mesmo que vai colher no mundo profissional quando foi adulto. Os pais são a “forma” da forma da personalidade dos filhos, que é como quem diz, a base; a forma do pudim que depois se desenvolve mediante esse molde, por isso, vamos dando liberdade em troca de boas conquistas adquiridas pelos filhos, regras e o cumprimento delas, respeito em troca dele, afeto como ponto de partida para tudo, e compreensão, pois todos já passamos por muitas fases e experiências e temos de nos colocar de fora para melhor compreendermos os nossos filhos. Temos de recordar o que fizemos e como os nossos pais reagiram para podermos melhorar aquilo que queremos transmitir ao nosso filho. 
 
Exige tempo, determinação e esforço, por isso tem de ser pensado, planeado e bem definido o papel dos pais e, podemos fazê-lo ao longo da vida. Se falhamos numa fase, podemos sempre corrigir na seguinte, é bom saber isso; nada está perdido, apenas precisa de ser melhorado. O conhecimento que temos quando somos pais não é o mesmo que adquirimos quando a criança tem 5 anos por exemplo… por isso, pais responsáveis e inteligentes estão atentos e vão melhorando aquilo que falhou ou que não estava tão claro na fase anterior.
 
Dedique 15 minutos diários para conversar descontraidamente com o seu filho. Ouça-o e não o critique. Mostre-lhe confiança e compreensão e ajude-o a resolver os seus problemas quando ele lhe solicitar esse apoio, mas deixe-o expressar-se e manifestar o que pensa livremente. Este é o segredo para uma educação equilibrada, partilhada e para filhos que vão acompanhar os pais ao longo da vida sem perderem de vista os seus objetivos e processo de desenvolvimento.
 
Pais compreensivos e afetuosos, colhem gratidão na velhice porque os filhos lhes reconhecem esse valor, essa sensibilidade. Também é bom pensar nisto!
 
Fátima Fernandes