A mensagem que passou no seminário que decorreu no passado dia 7, no Auditório Municipal de Albufeira, sobre a utilização de óleos alimentares usados foi muito clara, no sentido de alertar para os graves problemas causados pela incorreta deposição deste tipo de resíduos.
Um litro de óleo contamina um milhão de litros de água.
O Seminário “Óleos Alimentares Usados nos Setores Doméstico e da Hotelaria & Restauração – Que Soluções?”, uma iniciativa organizada em parceria pela empresa Águas do Algarve, Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem (APDA) e o Município de Albufeira teve grande adesão por parte de técnicos e responsáveis políticos de algumas autarquias, particulares, associações e empresas da área da hotelaria e restauração.
Em debate estiveram os principais impactes causados pela descarga de óleos alimentares usados (OAU) nos sistemas de águas residuais, riscos na cadeia alimentar, prevenção e ação fiscalizadora, dificuldades a nível da recolha e valorização de OAU na região do Algarve, opções de tratamento, relato de experiências na área, entre outros temas.
Na abertura dos trabalhos, o presidente da Câmara Municipal de Albufeira referiu que este problema tem especial significado no concelho, por se tratar de um Município em que a população passa de 40 mil habitantes para 400 mil, ou mais, durante a época de verão, com níveis de consumo e produção de resíduos muito elevados, nomeadamente a nível dos óleos alimentares usados com forte pressão sobre os sistemas de águas residuais.
Carlos Silva e Sousa sublinhou que se trata de um problema que é de todos “a Terra é de todos, pelo que temos a obrigação de zelar pela qualidade do ambiente, o que implica a necessidade de promovermos ações de sensibilização dirigidas à população e às empresas, sobretudo as de Hotelaria e Restauração, e em Albufeira esta pressão é muito superior se comparado com outros destinos”.
Por isso é muito importante realizar este tipo de iniciativas, referiu. “Temos que alertar a opinião pública, sensibilizar para o problema e consciencializar para a necessidade de alterar comportamentos. As pessoas têm que exercer uma cidadania ativa que pode passar por atos simples, como adotar procedimentos que evitem a contaminação dos recursos naturais”.
Salientou que o Município de Albufeira tem muito cuidado com as questões ambientais “Somos o Concelho do país com o maior número de Bandeiras Azuis da Europa (BAE) – 23 praias, mais uma bandeira para a Marina – o que implica um enorme investimento a nível ambiental, não só no que respeita aos equipamentos, mas também no que se refere à colaboração das pessoas”.
Relativamente aos OAU, “Albufeira está mais ou menos apetrechada, temos 26 oleões, dos quais 10 estão instalados nas escolas, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. Para isso, para além da aquisição de mais equipamentos adequados, temos que continuar a aposta na sensibilização na comunidade em geral e nas escolas para que possamos ter um ambiente melhor” afirmou.
Isabel Soares, na qualidade de Administradora da Águas do Algarve, uma das entidades responsável pela iniciativa, mostrou-se muito satisfeita, tendo referido que o Seminário ultrapassou as expectativas da Organização em termos de presenças.
Chamou a atenção para o problema, tendo salientado que “um litro de óleo contamina um milhão de litros de água”, por isso é muito importante que esta mensagem chegue a toda a gente: à população, mas sobretudo aos maiores produtores de OAU, nomeadamente a restauração e a hotelaria.
O concelho de Albufeira é o que recebe mais turistas ao longo do ano e as Bandeiras Azuis da Europa só podem ser hasteadas quando a qualidade da água do mar é boa; o que resulta do tratamento das águas residuais. Por isso a importância do tratamento a nível do saneamento, disse.
A terminar, Isabel Soares alertou “cada vez mais temos problemas graves de entupimento de coletores e elevatórias; situações que são muito complicadas e onerosas e que acabam por se refletir nas tarifas”.