No âmbito da preparação da Estratégia Regional de Especialização Inteligente, foi identificado como foco de intervenção no âmbito do Programa Operacional Cresc Algarve 2020, a necessidade de superação de um dos constrangimentos mais fortes ao seu desenvolvimento: a incapacidade de gerar massa crítica relevante, quer no lado da procura, quer no lado da oferta, designadamente nas áreas das ciências e tecnologias.
Em comunicado, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve – CCDR adianta que, num dos indicadores decisivos para a promoção da estratégia de desenvolvimento - número de jovens diplomadas/os do ensino superior em áreas de C&T por 1000 habitantes, o Algarve apresenta, comparativamente às restantes regiões do país, significativa desvantagem: 8,6 contra 20,9 como média nacional.
Para esta entidade, superar este défice pressupõe «a valorização do conhecimento nas áreas científicas e tecnológicas, e do ensino experimental da ciência», em todos os níveis de ensino, mas particularmente nos níveis de ensino básico e secundário.
Tendo em vista a melhoria da qualidade e eficiência do sistema de educação e formação para promoção do sucesso escolar, e permitir apoiar, especificamente, o processo de dinamização e coordenação dos Clubes Ciência Viva nas escolas, e consolidar práticas de partilha de conhecimentos, experiências e boas práticas entre Agrupamentos de Escolas/Escolas não Agrupadas, o Algarve 2020 tem a decorrer até 19 de novembro, abertas candidaturas, para uma dotação de 400 mil euros do Fundo Social Europeu.
No mesmo documento, a CCDR/Algarve acrescenta que, no âmbito do referido concurso, poderão ser apoiados, enquanto beneficiários elegíveis, estabelecimentos de ensino integrados na rede pública de nível básico e secundário, bem como as entidades coordenadoras da iniciativa “Clubes Ciência Viva na Escola”, designadamente, a Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica e a Direção-Geral de Educação.
O tipo de despesas e atividades passíveis de apoio no âmbito da constituição e dinamização dos Clubes Ciência Viva na Escola são, designadamente: a produção de conteúdos técnicos especializados; a produção de ferramentas e conteúdos digitais; a realização de encontros, seminários e workshops; a realização de visitas de estudo e deslocações, bem como a aquisição de serviços especializados, incluindo serviços de assessoria, acompanhamento e monitorização das ações enquadráveis no âmbito das atividades dos clubes, bem como os encargos com docentes e técnicos afetos à operação, completou.
Segundo a mesma fonte, terão prioridade os projetos e atividades dos Clubes Ciência Viva na Escola que estejam alinhados com a Estratégia Regional de Especialização Inteligente da região (RIS3 Algarve), isto é, que promovam o conhecimento e o ensino experimental das ciências nas áreas da Saúde, Energias Renováveis, TIC, Mar e Setor Agroalimentar, alinhando com os novos desafios societais das alterações climáticas, da economia circular ou da segurança alimentar, concluiu.