A Comissão de Utentes da Via do Infante fez o balanço e chegou à conclusão que o Algarve terminou o ano de 2017 batendo mais um recorde negro.
De acordo com elementos fornecidos pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária ao longo deste ano ocorreram na região 10.752 acidentes de viação, com 30 vítimas mortais e 192 feridos graves.
São mais 511 acidentes do que em 2016. Embora o número de vítimas mortais tenha diminuído nos últimos 2 anos, os feridos graves e acidentes aumentaram.
Analisando com mais detalhe os elementos, a Comissão de Utentes constatou que o Algarve figura em 4.º lugar a nível nacional quanto ao número de acidentes rodoviários, apenas ultrapassado por Lisboa com 26.698, Porto com 23.606 e Braga com 10.980 acidentes. Quanto a feridos graves, a região algarvia aparece em 2.º lugar, logo a seguir a Lisboa com 311. Relativamente às vítimas mortais, o distrito de Faro aparece na 6.ª posição, a par de Braga e de Coimbra.
Para a CUVI, são acontecimentos "muito preocupantes e trágicos" que ocorrem nas estradas algarvias, em particular na EN125, uma "rua urbana" transformada num verdadeiro "cemitério", numa autêntica "estrada da morte", após a introdução das portagens na Via do Infante.
A Comissão de Utentes da Via do Infante reprova assim os recentes aumentos verificados em alguns troços da Via do Infante. Embora os aumentos incidam apenas nos troços entre Tavira e Castro Marim, entre Boliqueime e Loulé e entre Mexilhoeira Grande e Alvor, são aumentos muito negativos e errados para a região. Além de contribuírem para o agravamento da sinistralidade rodoviária, fazem aumentar as dificuldades para utentes e empresas.
A mesma Comissão diz que é preciso não esquecer que o PS prometeu reduzir o preço das portagens na A22 em 50%, mas que essa redução foi de apenas 15% e dois aumentos, nos inícios de 2017 e 2018 e que os deputados e governantes do anterior governo PSD/CDS e do atual governo PS são os responsáveis pela continuação do "estado de guerra não declarado" que se continua a viver no Algarve, a principal região turística do país.
A CUVI aponta mais uma vez que a EN125 não representa qualquer alternativa à Via do Infante, "que é uma via muito mortífera" cuja requalificação entre Vila Real de Stº António e Olhão não começou, e que no Barlavento as obras ainda continuam, apresentando erros técnicos, potenciando acidentes.
A Comissão promete prosseguir a luta com diversas iniciativas para acabar com as portagens no Algarve, nomeadamente propondo às diferentes forças políticas que apresentem no Parlamento novas propostas para abolir as portagens, reunir com diversas entidades políticas, económicas e sociais da região, onde se incluem a AMAL, Região de Turismo, ACRAL e NERA, pedir audiências ao Primeiro-Ministro e ao Presidente da República para reunir com uma Delegação alargada abrangendo elementos da CUVI, empresários, autarcas e outras entidades do Algarve e promover uma marcha lenta de viaturas pela EN125, no próximo da 20 de janeiro (sábado), entre Portimão e Lagos, com partida pelas 16H00 horas do Parque de Feiras de Portimão (junto ao Pavilhão Arena).