Política

Algarve bate recorde de custos com médicos tarefeiros em 2018

 
Cristóvão Norte e José Carlos Barros vão colocar hoje uma pergunta regimental ao Governo sobre esta matéria.

 
Após ter sido tornado público que o Centro Hospitalar Universitário do Algarve foi a instituição que registou maior aumento de contratação de médicos tarefeiros, totalizando um custo de 8,2 milhões de euros e mais de 238 mil horas de serviço, Cristóvão Norte considera que «os serviços de médicos tarefeiros deviam ser a excepção, são cada vez mais a regra. O custo para o Estado e para nós contribuintes por cada hora é de 50 euros, enquanto alguém que tenha vínculo ao SNS, especialista, recebe 26 euros por hora. É uma injustiça brutal e um incentivo perverso a que os profissionais abandonem o SNS. Pior, todos compreendem que este modelo não permite a criação de equipas sólidas, o conhecimento entre os profissionais, a estabilidade nas opções clínicas e acompanhamento dos doentes, piorando a qualidade dos serviços prestados.» 
 
Ainda assim, o deputado assinala que compreende o CHUA, «se não há mecanismos poderosos para fixar médicos na região e ao SNS, isto, por muito indesejável que seja, é o melhor que podem fazer. Este é um problema que o CHUA não tem condições para resolver, mas sim o Governo.»
 
O deputado algarvio considera em comunicado enviado à comunicação social, que «é preciso impor o Algarve como primeira prioridade nacional na saúde, este modelo de contratação de médicos acontece por todo o país, mas tem uma expressão completamente abusiva e desajustada no Algarve. O Bastonário da Ordem dos Médicos sublinhou que a verba anual gasta a nível nacional asseguraria a contratação de 5000 médicos para o SNS»
 
Cristovão Norte defende que o recurso a tarefeiros deve ser reservado a situações excepcionais, casos de  aumentos de procura por um pico de gripe ou no verão, mas não mais do que isso «porque deestrutura equipas, não favorece a responsabilidade e tem muito maior dificuldade de colocar o doente no centro das decisões, prestando-lhe o acompanhamento que carece.» 
 
O parlamentar diz tratar-se de mais um sinal «do problema da saúde que é crónico e estrutural no Algarve, pelo que é importante encontrar respostas, a maior com um novo hospital e com a criação de mecanismos eficazes para fixar médicos na região».