Cultura

Algarve dialoga com ecofeminismo em exposição “Kim Hunter Descendo uma Escada”

Foto - CM Loulé
Foto - CM Loulé  
Uma exposição que pensa o território do Algarve em diálogo com o ecofeminismo e que integra trabalhos das artistas portuguesas Inês Brites, Sara Fonseca da Graça, Diana Policarpo e Alexandra Ramires, inaugura-se no dia 22 de agosto, em Loulé.

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A mostra coletiva “Kim Hunter Descendo uma Escada”, que vai estar patente até 18 de outubro no Convento de Santo António, tem curadoria de Susana Pomba e resulta de uma residência curatorial e artística realizada na associação cultural Alfaia, em novembro de 2024, revelam os organizadores, em comunicado.

A exposição reunirá obras inéditas e já existentes em suportes como escultura, filme, peças sonoras, desenho e instalação.

Inspirado numa fotografia pouco conhecida da atriz norte-americana Kim Hunter, o título da mostra alude às condições meteorológicas e dinâmicas de ocupação do Algarve, bem como a questões ambientais como a escassez de água, explica a curadora.

A referida foto mostra Kim Hunter numa escadaria, com um casaco, boné, mala, luvas e óculos, pronta para a tempestade e, neste contexto, essa imagem é uma maneira de referenciar as condições meteorológicas do Algarve, as dinâmicas da sua ocupação durante o ano, e problemas como a falta de água e do seu uso excessivo por atividades de luxo.

“O ponto de partida desta residência é pensar o território do Algarve em diálogo com o ecofeminismo, um termo nascido nos anos 1970 do século XX, introduzido pela autora Françoise d'Eaubonne, que pensa os estudos e lutas de género em direta relação com a ecologia, a justiça climática e a relação dos humanos com o mundo natural”, explica Susana Pomba.

Entre muitos papéis notáveis, Kim Hunter foi Stella Kowalski ao lado de Marlon Brandon, no filme “Um Elétrico Chamado Desejo”, realizado em 1951 por Elia Kazan, e protagonizou uma cena icónica, em que desce uma escadaria ao encontro de Stanley.

O movimento das mulheres “descendo as escadas” é uma piscadela de olho a “Nu Descendo uma Escada” de Marcel Duchamp, e a uma das suas origens, as imagens fotográficas de Eadweard Muybridge, mas também às subsequentes apropriações feitas ao longo do século XX, por artistas como Gerhard Richter, por exemplo, especificam os organizadores.

A exposição, de entrada livre, resulta de uma colaboração ente a Alfaia e as Galerias Municipais de Loulé.

Lusa