A denúncia surge por parte do GAT que manifesta a sua preocupação com esta realidade, devido aos efeitos negativos que uma possível interrupção da medicação possam causar aos doentes.
Segundo o DN, a Administração do Centro Hospitalar do Algarve diz que é um "encurtamento excecional" enquanto decorre o concurso para a compra de medicamentos.
O Grupo de Ativistas em Tratamento (GAT), diz que “há doentes com VIH seguidos no Centro Hospitalar do Algarve que estão a receber medicação apenas para cinco dias, quando a lei obriga à dispensa de tratamento para três meses.”
O mesmo grupo fala em “rutura de stock e de dificuldades na entrega de medicamentos”, o que já aconteceu anteriormente. A administração do hospital não confirma a rutura, fala antes num "encurtamento, excecional, do período de dispensa destes fármacos de forma a garantir a continuidade de tratamento a todos os doentes".
O GAT adianta que, “Sempre houve alguns problemas em relação ao Centro Hospitalar do Algarve, mas eram situações mais isoladas e menos repetidas.” Desde que o Centro Hospitalar foi criado que “a situação tem vindo a agravar-se. Já ouvimos o ministro da Saúde dizer que o maior problema do Algarve foi a criação do centro, mas ainda não o desfez".
Citado pelo Diário de Notícias, Pedro Silvério Marques, do GAT clarifica que, “já em junho tinham chegado à associação denúncias de problemas de acesso a medicamentos.”
Foi uma situação semelhante, mas “na altura só relacionada com o hospital de Portimão. Neste momento as queixas são dos dois hospitais (Faro e Portimão).”
O mesmo responsável dá conta de que, “já fizeram chegar esta informação ao ministro da saúde.”
Pedro Silvério Marques diz que “há doentes a interromper as tomas.”
Lamentando o sucedido, o mesmo responsável pelo GAT recorda os perigos para a saúde inerentes a estas interrupções.
“Há pessoas com dificuldades financeiras que não conseguem ir todas as semanas ao hospital. Parar o tratamento tem consequências graves: criar resistências à medicação e os doentes terem de mudar de medicação, que será mais cara, o que obriga a gastar mais dinheiro e deteriora a saúde da pessoa".
O Centro Hospitalar do Algarve diz que "não se pode afirmar que exista neste momento rutura de stock, mas sim um encurtamento, excecional, do período de dispensa destes fármacos, de forma a garantir a continuidade de tratamento a todos os doentes". A administração refere que a compra destes medicamentos é feita de forma centralizada, através dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e que o processo de compra para o Centro Hospitalar está a decorrer.
Segundo o DN, "Enquanto se aguarda a conclusão do procedimento concursal centralizado em curso, os serviços farmacêuticos do Centro Hospitalar do Algarve estão a desenvolver uma gestão de proximidade com os doentes em tratamento, no sentido de assegurar, de forma responsável e racional, a equidade e universalidade de acesso a este tipo de fármacos.”
Assim que o procedimento de aquisição, desenvolvido a nível central, esteja concluído serão imediatamente repostos os períodos de dispensa previstos", lê-se no mesmo jornal.
Algarve Primeiro