Sociedade

Algarve:Autoridades devolvem dezenas de pássaros à natureza

O Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente da GNR (SEPNA) realizou uma apreensão de 38 pássaros, já mortos e outra de 84, em que a maioria foi devolvida à natureza.

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Segundo comunicado da SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, a importância destas apreensões vai de encontro aos objetivos da campanha “Diga NÃO aos passarinhos no prato e na gaiola”, que decorreu durante o ano de 2015.
 
Assim no passado dia 26 de novembro, o SEPNA de Faro realizou uma apreensão de 38 passarinhos que foram capturados, provavelmente para fins gastronómicos. 
 
Os animais pertenciam a quatro espécies diferentes entre 13 piscos-de-peito-ruivo, 1 toutinegra-de-cabeça-preta, 1 ferreirinha-comum e 23 toutinegras-de-barrete-preto. 
 
Alguns dos indivíduos já estavam depenados e eram bastante visíveis os danos causados pelas armadilhas utilizadas. Mais recentemente foi feita outra apreensão pelo SEPNA de Tavira de 8 pintassilgos, que também foram devolvidos à natureza.
 
No passado dia 27 de novembro o SEPNA de Portimão apreendeu 84 passeriformes de 24 espécies diferentes, que se encontravam numa gaiola em situação de cativeiro ilegal. Para além de espécies habitualmente mantidas em cativeiro ilegal como pintarroxo-comum, pintassilgo, lugre, verdilhão, tentilhão-comum e chamariz ou milheirinha, foram também encontradas na gaiola aves como chapim-rabilongo, calhandrinha-comum, bico-grossudo, escrevedeira-dos-caniços, alvéola-amarela ou trepadeira-azul.
 
Os animais foram encaminhados para o RIAS – Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens no concelho de Olhão, gerido pela Associação ALDEIA, para se avaliar a sua condição física e proceder à sua devolução à natureza. 
 
No dia 28 de novembro foram libertadas mais de sete dezenas de pássaros que puderam voltar a voar livremente.
 
O mesmo comunicado da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, revela que, de um modo geral, a comunidade está mais alerta para este problema: neste ano, o RIAS tem recebido mais animais devido a abate e cativeiro ilegal do que nos anos anteriores. Apenas em 2015 já ingressaram 150 animais de cativeiro ilegal, 44 de captura ilegal e 12 devido a ferimentos de tiro.
 
Segundo Julieta Costa, Assistente do Departamento de Conservação Terrestre da SPEA, “é necessário realizar mais ações de sensibilização e investir mais na fiscalização para que todos os anos centenas de milhares de aves deixem de ser vítimas de captura ilegal em Portugal. Todos os anos são capturadas ilegalmente até 130 mil aves em Portugal!”
 
Refira-se que a captura de aves, ou qualquer animal da nossa fauna, para manter em cativeiro ou para alimentação é proibida.
 
Se tiver conhecimento de alguma situação denuncie ao SEPNA (GNR) mais próximo ou à Linha SOS Ambiente e Território (808 200 520).