Após os cenários devastadores de anos anteriores, o Algarve está a apostar fortemente em planos de limpeza de matas, com vista a minimizar os riscos de incêndio.
As autoridades suportam-se de planos de fiscalização preventiva de limpeza voluntária de matas junto às habitações e do reforço das equipas de vigilância como forma de prevenir os incêndios.
De acordo com o comandante da proteção civil de Faro, estes planos de prevenção estão a diminuir "significativamente" as ignições de fogos no Algarve.
O mesmo responsável adiantou aos órgãos de comunicação social que, apesar de termos ainda um número elevado de ignições de fogo, este ano temos um decréscimo acentuado que, estou em crer, se deve à vigilância e à consciencialização das pessoas".
O comandante operacional das operações de socorro do Algarve, Vítor Vaz Pinto acrescenta que, “os planos preventivos em zonas de maior risco têm resultado com o envolvimento das autarquias, dos militares e das forças de segurança, não só na sensibilização das pessoas, mas também ao nível da fiscalização e vigilância".
Numa altura em que todos os cuidados são poucos no que toca a incêndios, o mesmo responsável sublinha que, "só com uma sociedade civil consciente dos riscos a que está exposta é que é possível inverter este ciclo de ignições anormais nas florestas em todo o país".
Em termos práticos, os 16 concelhos do Algarve, em complemento ao Dispositivo de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), as câmaras municipais adotaram planos especiais de prevenção em conjunto com o exército, GNR e associações florestais e de caçadores, constituindo equipas para a limpeza de bermas e caminhos, de vigilância e combate na primeira intervenção e campanhas de sensibilização para a limpeza voluntária de matos junto às habitações.
As patrulhas municipais que atuam nas zonas florestais do Algarve receberam desde o dia 01 de julho o reforço de militares do exército português para o período crítico da época de incêndios que se prolonga até ao final de setembro.
As autoridades sublinham o empenho dos proprietários, em especial nas zonas mais vulneráveis, já que tem sido muito o envolvimento na limpeza das áreas de maior risco. Só com esta consciência se torna possível fazer face ao drama que se repete ano após ano e que tem destruído bens humanos e materiais.