A delegação regional do Sindicato do Enfermeiros Portugueses, destaca hoje em comunicado enviado à imprensa, que os enfermeiros vão saindo mas não são substituídos.
O SEP explica que "o Ministério da Saúde anunciou a contratação de mil enfermeiros para os Cuidados de Saúde Primários a nível Nacional, por outro lado a ARS Algarve tem ainda um concurso pendente para dez vagas há cerca de dois anos, que urge concluir para que se possa admitir mais enfermeiros".
Só no ACES Central (Concelhos de Faro, Albufeira, S. Brás, Loulé e Olhão) faltam 107 enfermeiros nos Centros de Saúde de acordo com as fórmulas de cálculo de pessoal.
A Unidade de Cuidados na Comunidade de Faro tem falta de três enfermeiros no imediato, mas a necessidade real são de quinze enfermeiros. Esta carência de profissionais aliada a duas viaturas que se encontram avariadas desde Setembro, faz com que sejam cancelados cerca de sete tratamentos diários nos domicílios, segundo o mesmo Sindicato, esta Unidade, acompanhava 133 doentes e passou para 80, tendo que promover “altas precoces”.
O SEP Algarve, retrata que "a falta de algum material para a realização de pensos, faz com que alguns utentes tenham que comprar do seu bolso, ou que sejam encontradas alternativas que não são as mais indicadas, resultando num processo de cicatrização mais longo. Também há falta de pilhas para os esfignomanómetros, falta tonners e tambores para as impressoras, como é o caso da USF Lauroé em Loulé que de onze impressoras apenas três funcionam ou que não tem aparelhos suficientes para a auscultação do batimento cardíaco do bebé nas grávidas, ou ainda a falta de balanças e craveiras de adulto que foram pedidas em 2011 e ainda aguardam… Também em Quarteira há profissionais que se viram na iminência de comprar impressoras e tonners e utilizam o seu computador pessoal para o serviço".
Para o SEP "a gestão que é feita faz com que falte num lado para sobrar no outro" exemplificando com o caso das vacinas da gripe, que inicialmente eram para ser só administradas gratuitamente a utentes com mais de 65 anos, o que “obrigou” a que todos os outros tivessem que adquirir na farmácia, tendo sobrado "muitas vacinas, sendo que só no Centro de Saúde de Olhão são cerca de 700".
Quanto ao despacho do Governo datado de 12 de Janeiro, onde indicava quatro unidades no Algarve em Lagos, Faro, Tavira e Olhão, para darem início à experiência piloto do enfermeiro de família, a 2 de Janeiro, a "realidade é que até ao momento nenhuma das equipas de enfermagem destas unidades recebeu mais informação para avançar com o projecto, cuja avaliação se prevê ao final de dois".