Na última reunião realizda online pela Comissão Executiva da Algfuturo – União Empresarial do Algarve, foram retiradas algumas conclusões que não são animadoras, atendendo a que a região lidera nos indicadores da pandemia; na crise económico-empresarial, e «na falta de milhões da bazuca» para responder às carências essenciais, desde logo na saúde.
Para a Algfuturo, se são muitos os desafios de Portugal para sair da crise e encetar uma rota de crescimento fora do grupo dos países mais atrasados da União Europeia, quanto ao Algarve, a situação é «particularmente preocupante, num quadro de carências super-estranguladoras que existem e persistem sem que a bazuca de mais de 50.000 milhões de euros de fundos comunitários prevejam respostas adequadas e céleres para os principais problemas», diz em comunicado.
Partindo de uma análise sobre os efeitos «catastróficos» da Covid.19, os dirigentes da estrutura associativa que congrega mais de 30 associações de todos os setores, criticaram que a falta de medidas adequadas «atire a região para a liderança na lentidão da vacinação, e nas taxas de transmissão».
Analisando o impacto económico do vírus, a principal conclusão foi de que, face aos indicadores até agora disponíveis, confirmam-se as estimativas feitas pela Algfuturo, de que os anos de 2020 e 2021 juntos deverão rondar os valores de 2019.
Em concreto, por exemplo, nas dormidas do alojamento hoteleiro, no período (jan./out.) para os 19,5 milhões de dormidas em 2019, o somatório dos anos de 2020 e 2021 é de 17,4 milhões. No mesmo sentido, comparando os proveitos totais, se em 2019 foram de 1.167 milhões, o somatório de 2020 e 2021 representa 1.143 milhões. «Conclusão: em dois anos perdeu-se um», assinala a entidade.
A Algfuturo considera também que na agricultura, o ano de 2021 não está fácil, «com os fortes aumentos da energia e outros fatores de produção». Quanto à pesca, «o ano foi razoável em termos de capturas e escoamento. Persistem os problemas da falta de investimento, renovação da frota ou formação profissional».
Na saúde, referindo que são indispensáveis o novo Hospital Central do Algarve, o novo Hospital do Barlavento e um Hospital a Sotavento (Tavira, VRSA, Castro Marim, periferia da província de Huelva - Ayamonte e outros), lamenta que nada tenha sido proposto, de modo a aproveitar os fundos estruturais até 2030.
Relativamente às novas fontes de abastecimento de água, «o que está proposto é importante, mas afigura-se insuficiente, havendo que prever outas medidas», lê-se no documento emitido.
Em conclusão, a Algfuturo diz que o Algarve e o país em geral, reclamam a pela urgente criação das Regiões Administrativas, «para que o país respire e aproveite o potencial das riquezas existentes, desde os recursos humanos aos recursos naturais, com menos gasto e melhor obra, com uma sociedade civil ativa».