Sociedade

Almargem quer proteção de Zonas Húmidas do Algarve

A Associação Almargem apresentou uma candidatura ao Fundo Ambiental que pretende aprofundar o conhecimento acerca de várias zonas húmidas algarvias para fundamentar adequadamente a sua classificação como áreas protegidas.

PUB
 
Segundo a associação, “a razão para isso tem a ver com a recente aprovação  pelo município de Lagos da proposta de elaboração de um Plano de Pormenor para esta zona. Um plano que tem como objetivo principal a promoção do Paúl como um local pedagógico de criação e de manutenção  de habitats, de educação e de ecoturismo".
 
Em comunicado, a Almargem faz saber que, “foi desde já acautelada a não sujeição desse futuro Plano de Pormenor a um processo de avaliação ambiental, o que não deixa de ser estranho, para além de que até agora nunca ter sido mencionada a intenção de classificar a zona como área protegida de âmbito local, propósito de um estudo da SPEA, realizado há 15 anos e patrocinado pelo próprio município”.
 
Por seu lado, o Trafal e a Foz do Almargem foram incluídos na candidatura, tendo em conta os projetos atualmente previstos para esta região (Quinta do Oceano, e o passadiço ciclável e pedonal entre a Quinta do Lago e  Quarteira).
 
“Apesar das diversas propostas apresentadas nos últimos anos para que o município de Loulé aceitasse iniciar um processo de classificação destas zonas húmidas como área protegida de âmbito local, nada de concreto ainda foi decidido nesse sentido”, adianta o mesmo comunicado.
 
Segundo a Almargem, “também os Sapais de Pêra e a Lagoa dos Salgados foram inseridos na candidatura, uma vez que a ameaça de destruição desta zona continua nas mãos do Millenium-BCP e, sobretudo, devido à sua inclusão  na proposta de resolução apresentada em Janeiro à Assembleia da  República pelos deputados algarvios do PS referente à preservação de zonas húmidas do Algarve”.
 
Dá nota o mesmo documento que, “na verdade, existem ainda algumas significativas lacunas de conhecimento a nível científico e socioeconómico, o que constitui um argumento credível para que o plano de urbanização previsto para esta zona não possa avançar de forma legítima”.
 
A terceira área incluída na candidatura ao Fundo Ambiental é a zona húmida das Alagoas Brancas, situada no perímetro urbano de Lagoa e que  está inserida num processo de loteamento industrial aprovado pelo município.
 
A associação ambientalista conta que, “há mais de um ano atrás, exigiu das autoridades competentes que fossem executados estudos acerca da importância conservacionista deste local, algo que a APA - Agência Portuguesa do Ambiente e o ICNF - Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, nunca chegaram a concretizar de forma convincente, o que poderá ser feito agora se a candidatura for aprovada”.
 
Almargem sublinha ainda "a falta de vontade por parte do município para chegar a um acordo com os promotores do loteamento, de forma a salvaguardar esta zona, ainda para mais caraterizada por ser uma área com risco máximo de inundação. Até agora, a única solução alternativa apresentada foi a construção de uma pequena lagoa artificial ao lado do complexo desportivo de Lagoa, o  que não é, de todo, a melhor opção”.