Sociedade

Alunas do Curso de Bordados apresentam trabalhos em Olhão

Foi inaugurado no passado dia 7 de Julho o espaço de exposição onde estão exibidos os trabalhos das alunas do Curso de Bordados da Junta de Freguesia de Olhão.

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O edil da freguesia, Luciano Jesus esteve presente na abertura da exposição e deixou uma nova esperança ao grupo: “Vamos tentar até ao fim do ano encontrar um novo espaço para as alunas do curso de Bordados. 
 
Não tem sido fácil encontrar essa resposta, mas estamos empenhados em vos proporcionar um novo espaço de trabalho, sobretudo com mais dignidade. 
 
Não quero avançar mais nada dado que estamos numa fase muito embrionária nas negociações, mas quero acreditar que vos poderei dar uma resposta até ao fim do ano.”
 
A monitora do curso, Maria de Jesus mostra-se satisfeita com a promessa, “uma vez que, neste momento estamos a realizar os nossos trabalhos na antiga Recreativa, conhecida como recreativa rica, que de todo não reúne as condições necessárias para o efeito.”
 
O local da exposição “foi cedido pela aluna, Maria de Fátima que, ao ter esta loja disponível nos emprestou um espaço para colocarmos o nosso trabalho visível ao público. É por isso que pedimos ao nosso presidente da junta essa ajuda para podermos desenvolver a nossa arte”.
 
Segundo Maria de Jesus, “a arte dos bordados tem evoluído muito e tem tido a particularidade de recuar no tempo, de adaptar novos pontos e de criar outros pontos a partir dos antigos.”
 
Nesta exposição patente ao público até ao dia 13 de Julho (entre as 15h e as 18horas) é possível apreciar um conjunto de obras de arte realizadas artesanalmente pelas alunas do Curso de Bordados e, ao mesmo tempo, enaltecer o trabalho deste grupo que “já teve mais alunas; umas entram e outras saem, é natural, mas no conjunto conseguimos manter a tradição de realizar os nossos trabalhos e de os apresentar ao público.”
 
É importante realçar que “as alunas confecionam as suas obras para oferecer a amigos e familiares, pelo que não são para venda. Até porque estes trabalhos não têm preço. Exigem muita mão-de-obra, muito material e, sobretudo muito tempo e dedicação.”
 
Com as férias no horizonte, Maria de Jesus deixa o convite para o próximo curso que terá início a partir de setembro.
 
Muito mais do que o “ponto cruz”, a exposição percorre a criatividade de vários tempos ao sabor do talento e dedicação de quem os confeciona. “Os trabalhos manuais exigem muito mais rigor e perfeição do que os feitos à máquina e, nós fazemos tudo manualmente, o que também é mais apreciado, valorizado e exigente do ponto de vista técnico”. 
 
Nesta exposição, “pode ver-se um conjunto de pontos que vão desde o grilhão à grilhôa, que é o mais recente, bem como uma arte que se aperfeiçoa a cada curso.”
 
Os trabalhos são da autoria das alunas, Lisete, Cidália, Elisabete, Conceição, Maria de Fátima, Luciana, Maria de Fátima Correia, Maria João, Helena, Teresa, Ilda, Estela, Antónia e Bela.
 
A título de curiosidade, o bordado é a arte de decorar com figuras, utilizando fio e agulha. Pode ser executado manualmente ou à máquina. 
 
Os materiais para bordar e completar o ornamento podem variar, partindo do mais elementar para o mais sofisticado, sendo o seu limite a criatividade de quem o confeciona.
 
Os relatos escritos demonstram que, o bordado é originário da pré-história e que o primeiro ponto utilizado foi o ponto cruz.
 
Ao que tudo indica, os nossos ancestrais, começaram a utilizar a técnica do ponto cruz, com agulhas feitas de ossos e o fio feito de fibras de vegetais ou tripas de animais, atendendo a que era a partir daí que confecionavam as suas vestes.
 
Acredita-se que, o ornamento das vestes terá surgido no mesmo período histórico.
 
A completar esta ideia, verifica-se que, na Bíblia são feitas muitas referências ao bordado. Também os monumentos da Grécia antiga, (2.000 AC e 300 AC) ilustram túnicas das esculturas forradas em bordados.
 
A cidade cubista também os quer preservar e, para apreciar o que de melhor se faz na arte, fica o convite para visitar esta exposição na Rua 18 de Junho, frente aos CTT.