Na mais recente sessão da Assembleia Intermunicipal do Algarve, realizada no passado dia 26 de abril, o Bloco de Esquerda apresentou uma moção pela suspensão das portagens na Via do Infante, tenho ganho o voto favorável da maioria das bancadas, à exceção de 7 deputados do PSD, os quais se abstiveram.
Desta forma, o órgão intermunicipal do Algarve deliberou solicitar ao Primeiro-Ministro e ao Governo que tomem as diligências necessárias para que, ainda antes do verão, «sejam suspensas as portagens na Via do Infante (A22), com o intuito da melhorar a mobilidade, relançar o desenvolvimento económico e social do Algarve e, muito em particular, para acabar com tragédia vivida na região, reduzindo a elevada sinistralidade na EN 125».
Os deputados bloquistas consideram que a introdução de portagens naquela via foi um retrocesso para toda a região algarvia, com grandes prejuízos na mobilidade de pessoas e bens, e tendo contribuído para o agravamento da crise económica na região, com uma perda acentuada da competitividade face à Andaluzia, e consequente falência e encerramento de empresas, sobretudo dedicadas ao turismo.
A moção apresentada, lembra ainda o reconhecimento, em 2015 por parte do atual Primeiro-Ministro, na altura ainda candidato do PS, da EN 125 ser um "cemitério" e não constituir alternativa à Via do Infante, manifestando mesmo a intenção de eliminar as portagens, caso viesse a ser líder do Governo.
O documento aprovado recorda que a EN 125 continua a ser considerada, de acordo com dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, como a estrada mais perigosa e mortífera do país, tendo em conta o grande número de "pontos negros" com um elevado registo de vítimas mortais e feridos graves. Com efeito, só no ano de 2016, registaram-se no Algarve mais de 10.000 acidentes dos quais resultaram 30 mortos e 160 feridos graves.
Segundo os bloquistas, esta deliberação vem reforçar mais uma vez a urgência de suspender as portagens na Via do Infante, sobretudo quando a decisão de manter a aplicação duma taxa numa via, financiada em mais dos seus dois terços por verbas da União Europeia, continua a ir contra o enorme consenso existente na região, com responsáveis políticos, autarcas, empresários e utentes, a manifestarem de forma recorrente e de modo diverso, a sua indignação face à manutenção da cobrança nesta via.
Algarve Primeiro