Desde 2005 que a AMAL diz acompanhar o processo relativo à eventual exploração de petróleo e gás natural no Algarve, "de forma muito atenta e particularmente preocupada com o secretismo em torno deste assunto".
Em nota de imprensa esta entidade, destaca a ausência constante de informação quer aos municípios quer à Comunidade Intermunicipal do Algarve bem como aos cidadãos algarvios, por parte dos sucessivos Governos como sendo uma situação "injustificável e um dos pecados capitais de todo este processo".
Deste modo a AMAL não entende a razão pela qual os Municípios Algarvios nunca foram informados ou consultados atempadamente sobre a matéria, e como é que a eventual realidade se compatibiliza com o desenvolvimento sustentável para a Região, alicerçada fundamentalmente no Turismo nas suas mais variadas vertentes, potenciação dos recursos endógenos e de indústrias não poluentes ou limpas, com a prática de uma atividade contrária e desfavorável ao que se defende.
De igual forma, a AMAL não entende, "colocando sérias e fundamentadas dúvidas" quanto à compatibilização das atividades autorizadas e licenciadas, com os valores ambientais e a biodiversidade, nomeadamente em territórios de Reserva Agrícola Nacional, Reserva Ecológica Nacional, Rede Natura 2000 e Parques Naturais.
Dá como exemplo a mais recente assinatura de contatos entre o Estado Português e uma empresa do ramo, para a concessão de direitos de prospeção, pesquisa, desenvolvimento e produção de petróleo nas áreas designadas por Aljezur e Tavira, que "ultrapassa em todos os limites o admissível no que respeita ao direito de acesso à informação, esclarecimento, discussão pública e acima de tudo ao respeito que merecemos, sendo certo que a questão está na opinião pública associada a um alarmismo que não queremos por a nossa região".
O Conselho Intermunicipal da AMAL, exige ao atual Governo o conhecimento integral de todos os processos em curso de forma muito transparente, pelo que os resultados económicos para a Região caso a exploração de petróleo e gás natural avance, em terra ou no mar "podem não justificar os danos ambientais que daí possam advir" para o bem-estar e paz social dos Algarvios e para o desenvolvimento económico da região.
Assim, o Conselho Intermunicipal, deliberou, por unanimidade, solicitar, com carácter de urgência, às respetivas e responsáveis tutelas, audiências no sentido de demonstrar o "desagrado, sérias dúvidas, preocupações e enorme ceticismo quanto à matéria bem como o desprezo desde o início pelo Estado Português em relação ao Algarve e aos Algarvios".