Após Almada anunciar que a época balnear pode chegar atrasada na Costa da Caparica, a APA avisa que a reposição de areias nas estâncias algarvias pode adiar os banhos deste Verão
Primeiro foram os autarcas de Almada a avisar há uma semana que a reposição de areias nas praias da Costa da Caparica pode só ficar concluída depois do início da época balnear.
Agora é a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a advertir também que a alimentação artificial de sete estâncias algarvias poderá obrigar ao encerramento de praias em três municípios - Lagoa, Albufeira e Lagos - durante as duas primeiras semanas de Junho, refere hoje o jornal i.
A Agência Portuguesa do Ambiente quer antecipar para Junho o início dos trabalhos de alimentação artificial das praias de Carvoeiro, Benagil, Nova, Cova Redonda (Lagoa), Castelo, Coelha (em Albufeira, onde o Presidente Cavaco Silva passa as férias) e D. Ana (Lagos).
A operação visa reduzir o risco associado às arribas e aumentar a segurança dos banhistas. As praias mais pequenas abrangidas pela intervenção poderão ter de ser encerradas durante 15 dias, caso os trabalhos coincidam com o pico do Verão, explicou o director regional da APA, Sebastião Teixeira, ressalvando que os concursos para a adjudicação da obra estão na fase final.
"Queremos antecipar [a operação] para Junho, no início da época balnear, se não será seguramente em Setembro, Outubro e Novembro", contou o responsável, adiantando que quando encerrarem os concursos serão necessárias várias fases até que os trabalhos se iniciem, nomeadamente a adjudicação e a obtenção de visto do Tribunal de Contas.
Na maioria destas praias, as faixas de risco - calculadas a partir de uma largura equivalente a 1,5 vezes a altura da arriba -, ocupam parte considerável do areal, o que leva a que, em condições de preia-mar, o areal seco disponível fora das faixas de risco seja muitas vezes inferior ao areal fora da zona de perigo, tornando-as praias de uso limitado.
Durante a operação de alimentação artificial das praias será necessário proceder ao saneamento de arribas, provocando a queda controlada de blocos instáveis e, assim, antecipar derrocadas naturais, material que é depois acondicionado na base das arribas, para protegê-la temporariamente e prevenir que a área seja utilizada por banhistas.
A obra de alimentação artificial de areia em sete praias algarvias -cujo preço base para o concurso foi de 2,1 milhões de euros -, tem um prazo de execução de quatro meses.
Prevê-se que os trabalhos decorram num período máximo de três meses, a que corresponde a retirada do fundo do mar de um volume médio de 5 mil metros cúbicos de areia por dia e serão depois colocados no areal.