Sociedade

Animal Rescue Algarve preocupada com "crescimento descontrolado" de gatos de rua no concelho de Loulé

De acordo com a associação Animal Rescue Algarve (ARA), entre maio e agosto foi registado um aumento anormal de pedidos de ajuda para gatos de rua, particularmente gatos recém-nascidos.

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Embora o problema dos gatos selvagens não seja novo, a ARA diz em comunicado, que a taxa a que estes animais estão a multiplicar-se "é extremamente preocupante, especialmente quando a maioria dos abrigos privados - como o da ARA em Cabanita - estão cheios, e a maioria dos abrigos municipais são inadequados ou inexistentes".
 
Para a mesma organização, são vários os fatores que estão a contribuir para este aumento sem precedentes, como a proibição da eutanásia de animais para fins de controlo da população em 2018, "que não foi acompanhada das medidas e mecanismos necessários para controlar o aumento inevitável do número de animais". A falta de campanhas eficazes de esterilização em massa, instalações adequadas e gestão, que possam apanhar e, após a esterilização, devolver esses animais às suas colónias, são outras situações que estão a alimentar a crise.
 
A ARA argumenta que é do interesse público resolver o problema agora, "uma vez que afeta a vida de todos os cidadãos, tanto do ponto de vista da ordem quotidiana quanto da saúde pública" e vê na esterilização em massa, "a única solução" para combater o problema, "uma vez que os gatos de rua estão a reproduzir-se muito mais rapidamente do que estão a desaparecer". Como tal, a associação criou o projeto Vila dos Gatos, com o objetivo de esterilizar até 1500 gatos selvagens por ano, fornecer água e comida regularmente, e instalar até 40 abrigos por ano no concelho de Loulé, numa parceria com o Município e com as juntas de freguesia de Almancil e Quarteira.
 
A Animal Rescue Algarve pode mais apoio das entidades locais, com a maioria das associações a estarem superlotadas e com falta de pessoal. "Sem apoio urgente, haverá em breve um ponto de rutura", alerta.