Comportamentos

Ansiedade: mulheres têm o dobro das probabilidades face aos homens

 
O transtorno de ansiedade é talvez uma das maiores preocupações da atualidade, devido aos custos que encerra e à perda da qualidade de vida que produz.

 
É indiscutível que o transtorno de ansiedade é uma das principais preocupações em termos de saúde mental nas sociedades atuais pelo que, tem sido alvo de diversos estudos.
 
Um trabalho recente vem acrescentar que as mulheres apresentam o dobro de probabilidade de sofrer de ansiedade em relação aos homens.
 
O estudo publicado esta semana, passou em revista a literatura científica existente, feito pela Universidade de Cambridge e descobriu ainda que as pessoas da Europa Ocidental e América do Norte são mais propensas a sofrer de ansiedade do que as de outras culturas.
 
O trabalho de investigação foi publicado no jornal Brain and Behavior e salienta que, os transtornos de ansiedade são muitas vezes um duplo fardo sobre os que já estão a sofrer de outros problemas de saúde, como doenças cardíacas ou cancro.
 
Os transtornos de ansiedade, que muitas vezes se manifestam como preocupação excessiva, medo e uma tendência de evitar situações potencialmente stressantes incluindo reuniões sociais, são alguns dos mais comuns problemas de saúde mental no mundo ocidental. Estima-se que o custo anual relacionado com estes distúrbios seja de 37 milhões de euros nos Estados unidos. Na Europa, mais de 60 milhões de pessoas são afetadas por ano.
 
Uma vez que há muitos estudos sobre o número de pessoas afetadas e grupos de risco, investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade de Cambridge fizeram uma revisão global de revisões sistemáticas, na tentativa de sintetizar conclusões.
 
A ansiedade é inevitável, ainda assim é preciso estar atento aos sinais para evitar que a mesma ultrapasse os “limites”.
 
A ansiedade surge de diferentes formas – tais como ataques de pânico, fobias, ansiedade social e as mais diversas formas de mostrar alguma instabilidade face a determinadas situações. Toda esta complexidade tona o diagnóstico delicado, ainda assim, é preciso estar alerta.
 
Preocupação excessiva:
 
A marca do transtorno da ansiedade generalizada (TAG) – o tipo mais amplo da ansiedade – é a preocupação excessiva com as situações do quotidiano. 
 
Em regra, as pessoas ansiosas preocupam-se tanto com as “coisas” banais como com as que realmente exigem maior cuidado. Andam cansadas, inquietas e em sofrimento.
 
2- Perturbações no sono:
 
A dificuldade em adormecer ou manter o sono está associada a uma ampla gama de condições de saúde, tanto físicas como psicológicas. 
 
Segundo algumas estimativas, metade das pessoas com transtorno da ansiedade generalizada sofrem de problemas de sono.
 
3- Medos irracionais:
 
Alguns casos de ansiedade não são generalizados, pelo contrário, estão ligados a alguma situação como sendo medo de andar de avião, medo de animais ou de multidões.
 
Se o medo se torna opressivo, e muito fora de proporção do real risco envolvido, então é um sinal de fobia.
 
4- Tensão muscular:
 
A tensão muscular quase constante, acompanha muitas vezes, os transtornos de ansiedade. Este sintoma pode ser tão persistente e generalizado que as pessoas que viveram com isso por um longo tempo, podem acabar por se habituar a essa dor permanente nos punhos, nas pernas ou noutras partes do corpo.
 
O exercício regular pode ajudar a manter a tensão muscular sob controle, para além de descontrair e melhorar a forma como se encara a vida e as situações.
 
5- Indigestão crónica:
 
A ansiedade pode começar na mente, mas muitas vezes, manifesta-se no corpo através de sintomas físicos, como problemas digestivos crónicos. Síndrome do intestino irritável (IBS), uma condição caracterizada por dores de estômago, cólicas, inchaço, gases, constipação e / ou diarreia, “é basicamente uma ansiedade no trato digestivo”, diz Winston.
 
IBS nem sempre está relacionada com a ansiedade, mas os dois ocorrem frequentemente em conjunto e podem piorar. O intestino é muito sensível ao stress psicológico, e vice-versa, o desconforto físico e social dos problemas digestivos crónicos pode fazer uma pessoa sentir-se mais ansiosa.
 
6- Medo de falar em público:
 
A maioria das pessoas, sente pelo menos, um frio na barriga antes de abordar um grupo de pessoas ou estar no centro das atenções. Mas se o medo é tão forte que nenhuma quantidade de preparação ou prática o consegue aliviar, podemos estar perante um transtorno de ansiedade social (também conhecido como fobia social).
 
As pessoas com ansiedade social tendem a preocupar-se durante vários dias ou semanas antes de um determinado evento ou situação. Mesmo depois de superada a meta, muitas pessoas ainda ficam a pensar no que os outros poderão estar a dizer a seu respeito.
 
7- Autoconsciência:
 
O transtorno de ansiedade social nem sempre envolve falar para uma multidão ou ser o centro das atenções. Na maioria dos casos, a ansiedade é provocada por situações elementares do quotidiano. 
 
Nestas situações, as pessoas com transtorno de ansiedade social tendem a sentir-se “vigiadas” pelos outros e a não saber como se comportar.
 
8- Pânico:
 
Os ataques de pânico podem ser assustadores. Imagine uma sensação repentina de medo extremo que pode durar vários minutos, acompanhados por sintomas físicos assustadores como aperto na garganta e peito, coração acelerado, mãos frias, tontura e fraqueza, dores no estômago e no peito.
 
Nem sempre um ataque de pânico está associado a um transtorno de ansiedade, mas as pessoas que os experimentam repetidamente podem ser diagnosticados com transtorno de pânico. 
 
9- Flashbacks:
 
Reviver um evento traumático – um assalto, morte repentina de um ente querido – é uma marca do transtorno do stress pós-traumático, que compartilha algumas características do transtorno da ansiedade.
 
Mas flashbacks podem ocorrer em outros tipos de ansiedade também. Algumas pesquisas adiantam que. a ansiedade social tem flashbacks do tipo pós-traumático, mas de experiências que não são obviamente traumáticas, como ser ridicularizado publicamente. Estas pessoas podem até evitar recordar-se da experiência.
 
10- Perfecionismo:
 
A mentalidade obsessiva conhecida como perfecionismo “anda de mãos dadas com transtornos de ansiedade”, diz Winston. “Alguém que está constantemente a julgar-se a si mesmo ou tem ansiedade antecipatória pelo medo de cometer erros ou aquém das suas normas, ou apresenta um transtorno de ansiedade.”
 
11- Comportamento compulsivo:
 
Para ser diagnosticado como transtorno obsessivo-compulsivo, os pensamentos obsessivos e intrusivos de uma pessoa devem ser acompanhados de comportamento compulsivo, seja mental (dizendo-se: Vai dar tudo certo repetidamente) ou física (lavar as mãos, endireitando itens, etc).
 
Pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos,  tornam-se ansiedade quando a necessidade de terminar o comportamento – também conhecido como “rituais” – começa a controlar a vida do sujeito, diz Winston. Um exemplo disso é a reação muito negativa a uma pequena mudança.
 
Fátima Fernandes